O diabetes tipo 1 (DM1) é uma condição crônica não transmissível (CCNT) que afeta mais de 92 mil jovens, com idades entre 0 e 19 anos. Estudos epidemiológicos apontam que o Brasil ocupa o 3º lugar no mundo em número de pessoas com diabetes tipo 1. Mesmo com os avanços tecnológicos e legais do país, pesquisadores têm alertado que a situação é muito preocupante, com 31% da população na faixa etária de 13 a 19 anos apresentando uma ou mais complicações – como doenças renais e oculares - e, por esse motivo, os custos do tratamento se elevam, superando em até 29 vezes os custos de quando não há complicações. Em estudo publicado nesta semana, autores verificaram que a maioria das pessoas com diabetes não alcançaram as metas de glicemia e não houve melhora em dois anos de acompanhamento.
O DM1 é uma das principais CCNTs diagnosticadas durante a infância ou adolescência, e tem como característica ser autoimune, isto é, resultado da destruição das células produtoras de insulina do indivíduo pelo próprio sistema imune. Por esse motivo, essas pessoas necessitam da aplicação de insulina e monitoramento da glicose sanguínea diversas vezes ao dia, acompanhamento médico especializado e educação para autocuidados em saúde durante toda a vida.
No dia 22 de agosto, a ADJ Diabetes Brasil, em parceria com a entidade global Juvenile Diabetes Research Foundation (JDRF), e o apoio de pesquisadores, entidades filiadas à Federação Internacional de Diabetes (IDF), e o Fórum Intersetorial para Combate às DCNTs no Brasil (FórumDCNTs), revelará antecipadamente resultados para o Brasil do estudo global T1D Index. Os dados serão parte da programação do evento “Diabetes Tipo 1 no Brasil: lições e planos urgentes”, que acontecerá on-line, às 16h, de forma gratuita, na plataforma zoom e aberto ao público. Com lançamento oficial programado apenas para setembro, a apresentação de dados do Brasil será antecipada porque os responsáveis pela pesquisa estão preocupados com dificuldades para acesso ao tratamento de qualidade e à educação em diabetes no país.
A fim de identificar os principais desafios e engajar todos os setores e tomadores de decisão para que o país avance nos cuidados com DM1, participarão do evento também o presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS), Sr. Wilames Freire, a Deputada Federal, Sra. Carmen Zanotto, além de representantes do Conselho Nacional de Secretarias Estaduais de Saúde (CONASS) e do Ministério da Saúde.
“Esse será um encontro singular e fundamental, reunindo líderes de instituições com potencial para prontamente agir em aspectos prioritários, permitindo avanços em curto e médio prazo que aumentem a qualidade e a expectativa de vida desses indivíduos”, comenta Dr. Mark Barone, vice-presidente da Federação Internacional de Diabetes (IDF) e coordenador geral do FórumDCNTs. “Para isso, na ocasião, além da apresentação de dados inéditos, serão compartilhadas recomendações da ciência e políticas públicas já aprovadas no Brasil, mas que ainda carecem de implementação completa”, conclui o especialista. Autoridades e líderes de saúde dos diferentes setores são bem-vindos e terão a oportunidade de se engajar nesse movimento pela saúde e qualidade de vida das pessoas com DM1, suas famílias e comunidades.
Mais informações em www.forumdcnts.org/post/evento-ADJ-JDRF-2022