Dados da "Conjuntura de Móveis" revelam que a produção deste segmento teve leve crescimento nos primeiros dois meses de 2022. O levantamento foi realizado pelo Inteligência de Mercado (IEMI) para a Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimóvel), de acordo com o Portal eMóbile.
O avanço foi de 2,7% em fevereiro em comparação a janeiro, diminuindo as quedas sucessivas apresentadas desde o início deste ano em relação a 2021. O total de peças produzido neste período de 2022 ainda ficou 30,7% abaixo dos números do primeiro bimestre no ano passado, quando o segmento de mercado ainda estava aquecido devido ao isolamento social. Assim, a performance dos últimos 12 meses teve queda de 8,9% em virtude da diminuição da influência da pandemia nos hábitos de consumo.
O faturamento da indústria moveleira e de colchões foi de R$ 5,1 bilhões em fevereiro, conferindo uma recuperação de 1,9% sobre janeiro. Nos dois primeiros meses de 2022, a queda em valores nominais foi menos intensa do que o volume de produção, apresentando decaída de 20,5%. Desse modo, o consumo de móveis e colchões no mercado brasileiro foi de 25,5 milhões de peças em fevereiro e representa um aumento de 1,4% em relação ao mês anterior. Entretanto, a participação de produtos importados sobre o consumo interno do país foi de 3,2% no mês.
As importações do setor atingiram o valor de US$ 15,9 milhões em fevereiro, apresentando queda de 17,8% em relação ao mês anterior. Em março, as importações tiveram variação negativa de 0,9% se comparado a fevereiro, e o faturamento das exportações do setor de móveis e colchões ficou em US$ 69 milhões em fevereiro de 2022, com aumento de 11,6% em relação ao primeiro mês do ano. Então, no mês de março, o crescimento foi de 3,8% em relação a fevereiro, atingindo US$ 71,6 milhões.
No comparativo de fevereiro com janeiro, a geração de emprego no setor caiu 0,3%. Assim, o primeiro bimestre fechou com diminuição de 6,5%. Ao analisar os últimos 12 meses, houve um aumento de 3,6% no índice de ocupação do setor. Já o valor médio de produção por peça foi de R$ 192,88 em fevereiro de 2022, com queda de 0,75% em relação a janeiro. No acúmulo do ano, houve aumento de 16,9%. Por outro lado, no varejo, as vendas do setor caíram 6,4% em fevereiro, se comparado ao primeiro mês de 2022. Já nos últimos 12 meses, o decréscimo nas vendas foi de 6,6%. A receita ficou em R$ 7,8 bilhões em fevereiro, com recuo de 4,9% frente a janeiro. No acumulado do ano, houve índice positivo de 5,6%.
Em maio, pesquisa mostra crescimento industrial em 11 estados
A Pesquisa Industrial Mensal (PIM Regional) com dados referentes a maio de 2022, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta que houve crescimento da indústria em 11 dos 15 locais investigados. Os números mais expressivos são do Amazonas (6,6%) e Mato Grosso (4,6%). Em seguida, estão o Ceará (3,2%), Goiás (3,2%), Espírito Santo (2,8%), Santa Catarina (1,6%) e Rio Grande do Sul (0,7%), apresentando números acima da média nacional de 0,3%. O Paraná se destacou, apresentando um crescimento de 3,5% em maio depois de cair 4,1% em abril. O estado teve o melhor resultado, o que impactou a média nacional de maio.
O recuo mais evidente ocorreu no Pará, com índice negativo de 13,2% devido à baixa atividade do setor extrativo, no qual se concentra a maior parte do setor industrial do estado. Além disso, os estados do Rio de Janeiro (- 4,1%) e Pernambuco (- 2,4%) também apresentaram números negativos. Em termos absolutos, o segundo resultado positivo que mais afetou positivamente a média do país foi o crescimento do Amazonas, com aumento absoluto de 6,6%.
Conforme análise do IBGE, a média positiva de maio compensa a perda de 0,1% em abril. Os principais setores amazonenses em destaque no período foram as indústrias de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos e o setor de bebidas. A terceira maior influência positiva sobre os resultados gerais foi São Paulo, com variação de 0,3%, acompanhando o índice nacional. O resultado paulista foi impulsionado pelos setores veículos automotores e de máquinas e equipamentos.
A média móvel trimestral apresentou uma taxa de 0,4%, com números positivos em 11 dos 15 locais pesquisados. Os destaques ficaram por conta do Amazonas (2,3%), Ceará (1,9%), Rio de Janeiro (1,3%), Bahia (1,2%), Mato Grosso (1,2%) e Goiás (0,8%). O Pará (- 4,7%) apresentou a maior queda também neste caso. Assim, de janeiro a maio de 2022, das 15 localidades pesquisadas, 10 obtiveram quedas, sendo o Pará (- 11,9%), Santa Catarina (- 6,6%) e Ceará (- 6,2%) os mais afetados.
Considerando os últimos 12 meses, 9 estados recuaram: Amazonas foi de 1,5% para - 1,8%; Pará, de - 7,6% para - 9,3%; Ceará, de - 3,7% para - 6,5%; Minas Gerais, de 4,7% para 2%; Espírito Santo, de 4% para 1,3%; São Paulo, de - 0,8% para - 3,0%; Rio Grande do Sul, de 2,1% para 0,4%; e Santa Catarina, de 0,1% para - 2,3%. Essas regiões tiveram as maiores perdas entre abril e maio deste ano. No entanto, a Bahia saiu de - 7,0% para - 3,9%, e Mato Grosso, que passou de 8,5% para 10,6%, apresentou os maiores crescimentos entre os dois intervalos de tempo.
Para Rafael Freitas, cofundador da Charme do Detalhe, loja on-line especializada em capa para sofá, "fevereiro costuma ser um mês de poucas vendas no varejo, o que pode refletir na produção industrial, mas a principal tendência de consumo hoje é o retorno aos encontros presenciais, nos quais as pessoas organizam mais eventos e pequenas comemorações em casa, criando um potencial positivo para o setor de móveis e colchões".