Por Antônio Cavalcanti*
Segundo dados da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) existem no Brasil atualmente 4.880 cooperativas na ativa. Deste total, mais de 2,5 mil estão no mercado há mais de 20 anos, o que comprova a solidez e a relevância desse modelo organizacional. Há mais de 40 anos, são apenas 597 na ativa. Mas nem sempre essa longevidade é uma realidade: infelizmente 70% das cooperativas deixam de existir antes mesmo de completarem dez anos de atuação.
O que todas essas cooperativas têm em comum? A intenção de permanecerem ativas ao longo dos anos, assim como as famílias cooperadas, mas o fato é que algumas dificuldades ao longo do caminho acabam afetando sua perenidade. As boas práticas de governança podem ser o elemento fundamental para garantir um crescimento saudável e próspero e levar os cooperados a um novo patamar.
Atualmente, a governança e seus mecanismos de controle, não se limitam apenas às grandes corporações e podem ser adotada e adaptada às necessidades de qualquer tipo de organização, incluindo as famílias em cooperativas, pois auxiliam no desenvolvimento de uma cultura de gestão profissional e planejamento estratégico, independentemente do porte e do ramo de atuação.
O desenvolvimento e a competitividade das famílias com negócios em cooperativas aumenta com uma gestão mais transparente. Essa transparência auxilia na criação de uma cultura de integridade na família, o que gera um bom clima entre todos os membros e permite que a cooperativa prospere realmente.
Outro objetivo da governança é o aprimoramento da participação dos cooperados nos processos decisórios, além do incentivo para implantar inovação e melhorar a qualidade dos serviços prestados. Todos esses pontos direcionam ao caminho de melhores resultados financeiros.
Planejamento familiar e longevidade
A governança também tem o papel de guiar o processo de sucessão dos cooperados, pois desenha essa passagem de bastão com cuidado e antecedência. O planejamento sucessório familiar é uma forma de garantir que os membros da família gerenciem seu negócio com competência, eficiência e honra, mantendo assim sua continuidade, lucratividade e as boas práticas gerais de gestão através das gerações.
Ele evita conflitos e garante a indicação de membros com capacidade técnica para os cargos de gestão. Este planejamento ajuda as famílias a evitarem anos de litígios e processos judiciais, determinando quem deve suceder o gestor e seu patrimônio.
Cooperativismo no Brasil
No Brasil, a maioria das cooperativas são do ramo agropecuário, mas também estão em área diversas, como transporte, saúde, crédito, produção de bens, serviços e consumo.
O cooperativismo é um modelo de organização social em que as empresas são de propriedade e operadas coletivamente por seus membros. No Brasil, há um movimento de cooperativismo em expansão e as cooperativas respondem por quase 25% do PIB brasileiro, representando 17,1 milhões de cooperados e quase 500 mil empregados formais.
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Antonio Cavalcanti é consultor sênior na GoNext e atua na implantação de projetos de Governança Corporativa & Sucessão. Com mais de 25 anos de experiência em treinamento e desenvolvimento empresarial, principalmente com equipes de gestão e de vendas, já realizou centenas de trabalhos em diversas empresas de setores e tamanhos variados, atendendo as necessidades especificas de cada projeto.
Sobre a GoNext Governança & Sucessão: consultoria especializada na implantação do sistema de governança corporativa e sucessão em empresas familiares. Fundada em 2010, atua com metodologia exclusiva para a profissionalização, elaborada a partir da experiência adquirida em aproximadamente 200 projetos atendidos no Brasil e nos EUA. A equipe de consultores desenvolve planejamento personalizado, de forma integrada aos objetivos e necessidades de cada cliente. A GoNext foi fundada pelo CEO Eduardo José Valério, com mais de 25 anos de experiência como executivo, tendo atuado como C-Level de grandes companhias brasileiras. https://gonext.com.br/