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31/08/2022 às 16h23min - Atualizada em 01/09/2022 às 00h20min

Clima Econômico da América Latina cai 12,6 pontos

FGV alerta: “todos os indicadores estão na zona desfavorável do ciclo econômico”; para diretor, o investimento nos Estados Unidos é uma alternativa diante do cenário na região

DINO
https://www.stla.com.br/


A América do Sul despencou 12,6 pontos no ICE (Indicador de Clima Econômico) entre o segundo e o terceiro trimestre de 2022, segundo o balanço realizado pelo Ibre/FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas). Com o recuo, a pontuação dos países da região caiu para 54,7 pontos, na chamada “zona desfavorável” (abaixo de 100 pontos).

O IE (Indicador das Expectativas) e o ISA (Indicador da Situação Atual), componentes do ICE, registraram queda em relação ao trimestre anterior: de 21,7 pontos, para 65,5 pontos e de 4,5 pontos, para 44,3 pontos, respectivamente.

Em nota, a FGV destacou que “todos os indicadores estão na zona desfavorável do ciclo econômico e que a piora nas expectativas acende um sinal de alerta, pois indica que os especialistas esperam uma desaceleração econômica para os próximos meses”.

No Brasil, o clima econômico retraiu 8,2 pontos no mesmo período, para o patamar de 54,5 pontos. Já o Indicador de Situação Atual do País avançou 12,9 pontos, para 42,9 pontos, ao passo em que o Indicador de Expectativas retrocedeu 33,3 pontos, para 66,7 pontos, conforme publicado pela InfoMoney.

Roger Madeira, Managing Director da STLA, escritório de operações nacionais e internacionais. explica que o ICE da FGV é um índice que mede a "temperatura" de determinado local antes de receber investimentos e de, também, entregar retorno sobre tais investimentos, em todos os países da América Latina.

“Resumidamente, e de maneira simplista, o índice determina se tal local está ‘quente’, ou recebendo muitos investimentos porque tem boas expectativas de retorno, ou se está ‘frio’, basicamente o contrário”, explica. “Mas infelizmente, o último relatório veio com um sinal de alerta para investidores e para o mercado: o risco de recessão que se avizinha”.

Na avaliação do executivo da STLA, o clima negativo, conforme o relatório explicitou, representa um gelo para o mercado, capaz de afugentar investidores e espantar investimentos no Brasil e nos demais países.

Investimento nos Estados Unidos pode ser uma boa opção

Para Madeira, diante deste cenário, a busca por investimento nos Estados Unidos pode ser uma boa opção. “Os Estados Unidos possuem muito mais oportunidades de negócios que o Brasil, uma população que investe muito mais e uma carteira mais ampla no que se refere aos tipos de investimentos disponíveis”, articula.

Contudo, prossegue, o fator mais importante é a relação “real x dólar”, em que qualquer retorno sobre o investimento será quintuplicado pelo câmbio, já que o dólar americano está valorizado cinco vezes mais que o real brasileiro. “Isso sem falar que a inflação americana está bem menor que a inflação brasileira”.

Nos Estados Unidos, a inflação se manteve estável no acumulado de 12 meses encerrado em julho de 2022, em 8,5%, de acordo com o CPI (Índice de Preços ao Consumidor), abaixo do valor esperado pelo mercado, de 0,2%, com acumulado de 8,7%. 

No Brasil, o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15), a prévia da inflação oficial, registrou deflação de 0,73% em agosto. É a menor taxa da série histórica do IPCA-15, iniciada em 1991, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Com isso, o IPCA-15 acumula taxas de inflação de 5,02% no ano e de 9,60% em 12 meses. A estimativa é que a inflação fique em torno de 6,5% e 6,84%, conforme publicado pela CNN Brasil.

O Managing Director da STLA destaca que o interesse em investir no exterior é apenas o primeiro passo, pois muitos investidores ainda se perguntam como pode ser feita a busca por investimentos fora do país e quais ferramentas podem ser usadas para tanto.

“É possível investir nos Estados Unidos como pessoa física e como pessoa jurídica. Como pessoa física estrangeira, os veículos são bastante limitados, e portanto, a melhor maneira é realmente investir no país como pessoa jurídica: ou uma empresa brasileira investindo lá, ou uma empresa de brasileiros nos Estados Unidos com conta em uma corretora americana”, esclarece.

“De uma forma ou de outra, os ganhos obviamente superam os ganhos no Brasil em pelo menos cinco vezes”, assegura Madeira.

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