Por determinação da justiça, o Grupo Moreno, representado pelo Felsberg Advogados, teve seu processo de recuperação judicial encerrado no último dia 15, antes do período de dois anos previsto por lei. A decisão foi proferida pelo Juiz Antônio José Papa Junior, de São Simão, em reconhecimento ao cumprimento do plano de recuperação judicial pela empresa.
De acordo com Fabiana Solano, sócia na área de Recuperação Judicial da Felsberg Advogados, o fim do processo foi possível em virtude da captação de recursos pelo grupo formado pelas usinas de Luiz Antonio, Monte Aprazível e Planalto, o que permitiu a antecipação do pagamento das dívidas junto aos credores, cujo total era da ordem de R$ 1 bilhão.
"Com essa operação do tipo DIP Financing (debtor-in-possession), permitida para empresas em processo de recuperação judicial que já possuem um plano aprovado ou em discussão pelos credores, o grupo não precisou recorrer à venda das três usinas, que continuaram em operação e ajudaram a manter a saúde financeira da empresa e os empregos”, revela Fabiana.
Segundo a advogada, a recuperação do setor, com melhora nos preços do açúcar e do etanol, também interferiu positivamente nesse resultado. “Foi de fato um processo que transcorreu de forma exemplar. Essa é a primeira vez que se vê no Brasil um exit financing, bastante utilizado nos Estados Unidos, proporcionando à empresa a possibilidade de seguir em frente de forma saudável e produtiva.”
O Grupo Moreno emprega atualmente cinco mil pessoas e suas usinas têm capacidade para moer 13 milhões de toneladas de cana por ano, produzindo açúcar e etanol.