Em 2017 era inaugurada a BeGreen (www.begreen.farm), a primeira fazenda urbana da América Latina. A história que começou em Belo Horizonte (MG) ganhou o Brasil e completa 5 anos este mês. Atualmente são sete unidades, cerca de 75 colaboradores, 10,2 mil m² de área construída, capacidade de produção de mais de 22 toneladas por mês e produtividade média de 3,35 quilos por metro quadrado. Soma mais de R$ 16 milhões em investimentos, trajetória consolidada e muitos planos pela frente.
Antes de sua inauguração, o fundador e CEO Giuliano Bittencourt passou dois anos fazendo testes de produção e logística em Betim (MG), vivenciando erros e acertos para chegar ao modelo ideal. A experiência foi bem sucedida, a startup cresceu e hoje conta com unidadesnas cidades de BH (MG), Rio de Janeiro (RJ), Campinas, Osasco e São Bernardo do Campo (SP), Goiânia (GO) e Salvador (BA), colecionando prêmios de sustentabilidade e dando a Giuliano Bittencourt o título de Forbes Under 30 na categoria Tecnologia e Inovação.
A BeGreen revolucionou o setor ao criar fazendas em lugares onde ninguém imaginava, como shoppings centers, com uma parceria estratégica com a Aliansce Sonae, maior rede de shoppings do Brasil. E as parcerias não pararam por aí. Outros grandes nomes se juntaram à marca, como é o caso da Mercedes-Benz, com quem criou a primeira fazenda urbana do mundo a funcionar dentro de uma fábrica de veículos; e o iFood, com uma plantação em sua sede, que contribui para a alimentação de 3 mil famílias cadastradas no Banco de Alimentos de Osasco. Dessa forma, a startup vai ajudando a cuidar do planeta, por meio de um sistema de produção e distribuição mais sustentável, e da saúde das pessoas, com a entrega de produtos mais saudáveis e saborosos todos os dias.
Segundo Giuliano Bittencourt, o crescimento se deve, em grande medida, à mudança gradativa de comportamento da sociedade e ao apelo por sustentabilidade. “Em vinte anos, a sustentabilidade deixou o aspecto de ‘ONG’, de assunto periférico, para se tornar um tema central dentro e fora dos governos. Conseguimos mostrar que negócios sustentáveis geram riqueza, e assim trouxemos o assunto para o centro das discussões. A pandemia também acelerou a conscientização: hoje as pessoas têm a percepção de que assim como um vírus surgido lá na China pode se espalhar por todo o mundo, o aumento de lixo ou da emissão de CO2 em um único país também pode causar um impacto global”, analisa o CEO da BeGreen.
No decorrer desses anos, a startup doou a bancos de alimentos e comunidades mais de 100 toneladas de hortaliças para complementar a alimentação das pessoas. E sua contribuição para a sociedade vai mais além. O impacto da BeGreen na vida das pessoas também envolve a experiência de visitar uma fazenda urbana e conhecer o processo produtivo. Através de ações educativas e visitas guiadas, crianças e adultos podem conhecer a estufa e participar de diversas atividades, proporcionando uma reconexão com os alimentos e a comunidade, e incentivando a adoção de hábitos alimentares mais saudáveis. “Me tocou muito o primeiro feedback que recebi das visitas escolares à fazenda. Durante o passeio, sempre convidamos as crianças a participar de uma colheita e cada uma leva um pequeno buquê de folhas na saída para casa. Um pai contou à nossa equipe que o filho chegou em casa apenas com as raízes do buquê porque ele tinha comido a alface toda no caminho da volta e isso mudou sua alimentação diária”, conta o CEO.
A tecnologia é uma grande aliada da BeGreen. É ela que permite uma produção sustentável e 28 vezes maior do que o cultivo convencional, tornando possível o funcionamento de fazendas com alta produtividade em espaços pequenos e improváveis, como dentro de shoppings, por exemplo. Com sementes selecionadas, as plantas são cultivadas por hidroponia — as raízes se desenvolvem na água, em soluções que recebem os nutrientes naturais necessários para que cresçam saudáveis. Os volumes de água e nutrientes injetados nos canais da plantação são controlados de forma automatizada, assim como o sistema de climatização da estufa, garantindo qualidade do ar, exposição à luz e temperatura ideais para as mudas, minimizando qualquer tipo de contaminação e interferências em decorrência de mudanças bruscas de clima.
Cultivadas em estufas de alta tecnologia, as hortaliças produzidas nas fazendas urbanas BeGreen são 100% livres de agrotóxicos e consomem 90% menos água do que o modelo convencional. A proximidade entre a produção e o momento de consumo, resulta em baixa emissão de carbono no transporte e apenas 2% de perda da produção, o que causa um grande impacto, já que em outros tipos de entrega essa perda pode chegar a 40%.
Quando perguntado sobre como vê a BeGreen daqui a cinco anos, Giuliano é otimista: “Planejamos crescer muito mais do que nos primeiros cinco anos. Nos próximos 12 meses chegaremos a 100 mil m² de área produtiva. Estamos começando a diversificar a produção, incluindo frutos em duas fazendas. Além das tradicionais hortaliças BeGreen, logo teremos legumes também. Em suma, estamos gerando muito impacto no Brasil e temos tudo para ser uma empresa internacional”. Em breve a BeGreen abre uma nova unidade, desta vez em São Paulo (SP).