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17/10/2022 às 12h58min - Atualizada em 17/10/2022 às 13h00min

Indústria tem ampliado sua ‘eletrificação’ para avançar com a sustentabilidade

O segmento é responsável por 26% do total de emissões de CO2 globais, principalmente, as áreas que precisam do precisam do fornecimento ininterrupto de energia

DINO
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De acordo com a International Energy Agency (IEA), as emissões industriais diretas – considerando diversos segmentos, como aço, cimento e produtos químicos – de CO² são responsáveis ​​por 26% do total de emissões globais. Grande parte das empresas responsáveis por esse volume fazem parte do conceito de indústrias eletrointensivas, ou seja, precisam do fornecimento ininterrupto de energia. Entre elas, estão a produção de alimentos e bebidas e, também, óleo e gás.

Por isso, segundo Leandro Bertoni, vice-presidente da divisão de Power Systems da Schneider Electric para a América do Sul, o uso consciente da energia nas grandes indústrias é fundamental para o alcance da sustentabilidade nos negócios. Por outro lado, trata-se de um grande desafio para as companhias que querem resultados no “aqui e agora”. 

“Implementar ações que favoreçam o meio ambiente e impulsionar a descarbonização e eficiência energética demandam tempo, equipe e geram custos. No entanto, diante de um cenário externo cada vez mais exigente em relação ao tema, não há futuro para as operações se as organizações não se moverem em direção a essa demanda”, explica.

A pesquisa Tendências Digitais na Cadeia de Suprimento 2022, feita pela consultoria PWC Brasil, aponta que as questões de curto prazo lideram as prioridades dos gestores de operações e tecnologia da informação no quesito sustentabilidade, enquanto ações potencialmente transformadoras carecem de atenção. Mesmo que ainda tenha um longo caminho para que a visão de futuro seja fortalecida, o levantamento aponta que 63% das empresas estão priorizando aumentar a eficiência e 19% estão se movimentando para melhorar a sustentabilidade e a responsabilidade social. 

Outra grande pressão que a indústria vem enfrentando é o fato de que a maioria dos equipamentos da linha de produção, como bombas e motores, é alimentada desnecessariamente por combustíveis fósseis. Prova disso é que, segundo a IEA, 78% da demanda de energia do setor não é eletrificada. 

Eletrificação como um ganho sustentável e de negócios

Para Bertoni, uma das principais razões pelas quais a eletrificação das operações industriais é essencial para a estratégia sustentável no segmento é porque esse é o melhor vetor para a descarbonização, reduzindo as emissões diretas de CO² no uso final. Além disso, ele explica que, esse processo não impacta de forma negativa a produção ou o desempenho das fábricas. Segundo a McKinsey & Company, 50% da energia das instalações industriais pode ser eletrificada usando a tecnologia existente.

“A maneira mais indicada de dar início a essa eletrificação é substituir a combustão de material fóssil — como geralmente acontece em fornos e caldeiras — por equipamentos que aquecem de forma elétrica, evitando, assim, a emissão de gases poluentes. Além disso, outra forma indicada é a modernização de máquinas”, afirma. Segundo Bertoni, na indústria de óleo e gás, por exemplo, isso envolve a substituição de turbinas por motores elétricos em pacotes de compressores (ou seja, exportação, injeção, liquefação, entre outros).

O executivo aponta que, além da descarbonização, a eletrificação industrial oferece diversos outros benefícios. Um deles é evitar as ameaças à continuidade dos negócios. Ou seja, com a incerteza relacionada à disponibilidade e custo das fontes de combustíveis, a eletrificação — e, como consequência, a eficiência energética — pode ajudar a mitigar os riscos de desligamento da produção. 

“Outra vantagem é o ganho de eficiência. Por exemplo, os métodos de secagem/aquecimento (muito usados em diferentes segmentos) são responsáveis ​​por cerca de 10% a 25% do consumo de energia industrial”, diz. O uso de bombas de calor (equipamentos elétricos) pode trazer uma economia de energia de até 80% e uma redução de 80% nas emissões de carbono em comparação com os queimadores convencionais de gás natural. Os dados são da European Commission. 

“Seja pela atratividade (de investidores e consumidores) ou pelo ganho de eficiência, a sustentabilidade e o uso consciente da energia são fatores-chave na modernização do segmento”, finaliza Bertoni.



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