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24/11/2022 às 16h37min - Atualizada em 25/11/2022 às 00h20min

Fraudes no comércio on-line global irão custar US$ 48 bilhões em 2023

Estimativa foi apontada em estudo de uma consultoria inglesa. Foi revelado que esse crescimento nas fraudes será acelerado pelo aumento de métodos alternativos de pagamentos digitais. Especialista na área sugere alguns cuidados para empresas que precisam implementar pagamentos digitais em suas operações

DINO


Um estudo da consultoria inglesa Juniper Research mostrou que o custo total de fraudes no e-commerce para os comerciantes vai ultrapassar os US$ 48 bilhões, em todo mundo, no próximo ano. Esse valor vai ultrapassar as estimativas para este ano, que alcançará US$ 41 bilhões. De acordo com o estudo, um dos responsáveis pelo crescimento acelerado de fraudes será o uso crescente de métodos de pagamentos alternativos, como carteiras digitais ou sistemas BNPL (sigla em inglês para “compre agora pague depois”). Segundo a Juniper, esses sistemas estão criando novos riscos de fraudes.

A escolha dos consumidores por pagamentos digitais aumentou exponencialmente nos últimos anos, principalmente após a pandemia da Covid-19. No Brasil, segundo pesquisa global realizada pela Mastercard, 86% dos entrevistados afirmaram ter usado pelo menos um método de pagamento digital no ano passado. Outros 94% disseram que provavelmente vão usar esse método em compras do próximo ano.

Outro levantamento, também sobre pagamentos digitais e realizado pela Startse e Instituto Pesquisa da Hora, revelou que 9 entre 10 brasileiros têm hábito de fazer compras ou pagamentos on-line. Com experiência de 21 anos na área de Tecnologia, Fabrício Carlos Torres acredita que esse crescimento sinaliza um cenário de oportunidades para as empresas que adotam ou desejam adotar meios de pagamentos digitais. Entretanto, é preciso cuidado para escolher um sistema e implementá-lo.

Ele ressalta que no Brasil os principais sistemas de pagamento adotados pelas empresas incluem cartões de crédito, PIX e boleto. Carteiras digitais e vouchers representam apenas uma pequena parcela. “Normalmente, as empresas analisam o melhor sistema a partir de fatores como segurança, riscos, prevenção a fraudes e facilidades de implementação. Mas muitas acabam se deparando com a primeiras dificuldades, que são o custo e o tempo para implementação, além da integração com tantos players”, diz.

Torres explica que nesses casos a melhor estratégia é buscar parceiros que já tenham várias opções de pagamento integradas, o que garante diminuição de custos e tempo de implementação. Ele complementa que boa parte das decisões ao escolher e implementar meios de pagamentos tem se resumido à análise prévia de segurança e escolha de parceiros que possam fazer a integração, mas é preciso ir mais além nos cuidados para não haver problemas no futuro.

“A empresa que queira se destacar e seguir à frente da concorrência deve direcionar sua decisão estratégica também a parceiros que, além de tecnologia inovadora, sistemas de pagamentos simples e integrados aos mais diversos players e métodos de pagamentos, possam proporcionar uma parceria com visão na experiência do cliente, ou seja, que conectem os clientes finais e proporcionem experiências únicas e personalizadas”, aconselha ele, que já atuou com implementação de sistemas de pagamentos digitais.

Maior parte das fraudes em pagamentos digitais ocorre na América do Norte

Segundo o estudo sobre fraudes em pagamentos on-line, da Juniper Research, a maioria das transações fraudulentas em 2023 deverá ocorrer em países da América do Norte. As estimativas são de que a região deve responder por 42% da fraude global no próximo ano, apesar de, em âmbito global, representar menos de 7% dos indivíduos que possuem contas em bancos. Ainda na região, a pesquisa identificou grande volume de violações de dados e ampla disponibilidade de informações roubadas de cartões de crédito como os principais fatores de risco nesse mercado.

Em segundo lugar, com 26% dos registros de fraudes no mundo está a Europa Ocidental, seguida pela Ásia, que possui 22% dos registros. Na América Latina foram identificadas apenas 4% das fraudes registradas. Com menores registros, a região só fica atrás da Europa Central e Leste Europeu e, ainda, da África e Oriente Médio, todas registrando 3% das ocorrências de fraudes.

As fraudes em pagamentos digitais identificadas incluem perdas nas vendas de bens digitais, bens físicos, transações de transferência de dinheiro e serviços bancários, bem como em compras de passagens aéreas. Os ataques dos fraudadores podem incluir phishing, comprometimento de e-mail comercial e fraude de engenharia social.

O relatório da consultoria recomenda que os fornecedores de prevenção a fraudes foquem esforços na construção de plataformas que forneçam pontuação baseado em riscos em Inteligência Artificial, independentemente de método de pagamento, o que poderia atender melhor às mudanças do mercado.

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