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23/12/2022 às 15h34min - Atualizada em 24/12/2022 às 00h04min

A maior final de copa da história

Se você discorda, talvez não tenha entendido o jogo.

SALA DA NOTÍCIA Marcello Cohen, Resenha 37
https://resenha37.com.br/resenha-do-cohen/
Resenha 37
Sim, amigos. O título é esse. Por um motivo simples: esse jogo reuniu absolutamente tudo que uma final dos sonhos pede. A primeira e mais óbvia é o confronto de craques. E sim, tivemos algo que não é comum nesse aspecto. Vamos começar então por ele.
Tente refrescar suas lembranças. Quantas foram as finais de Copa que colocaram, lado a lado, dois dos maiores craques do cardápio que a bola oferece no corrente ano? E dois jogadores de frente, da arte, da decisão. Tudo que o anunciante precisa. E pior. Os dois entregando o fino futebol que se espera deles dentro do jogo. As atuações de Messi e Mbappé estão na história do futebol. Se o derrotado já sai gigante, imagina o vencedor? A história de atuação coletiva e individual, idas e vindas no placar, empate, pênalti, vencedor e vice, todos sabem muito bem qual foi. Elas são parte fundamental para construir minha opinião. Mas tentaremos ver o que estava em jogo.
 

Mbappé tem uma das trajetórias de Copas mais assustadoras que conheço. Com pelo menos três pela frente, o que vier é lucro. Uma taça e um vice maior que muitos campeões já estão no currículo. Ainda no começo, não dá para ter muita clareza até onde esse francês pode chegar. Mas tudo aponta para sucessão, ao lado de gente como Halaand, da dinastia Messi/Cristiano Ronaldo. Para tal, falta apenas agitar o cemitério de carreiras chamado PSG – Neymar é testemunha de como é “maravilhoso” jogar uma competição por ano e, temporada após temporada, não conseguir essa taça. Alguma hora ela virá, mas vejo seu futebol implorando por uma Premier League. Seja como for, é muito improvável que esse gigante não deslanche absurdamente como ídolo e multicampeão por clubes. No domingo, perdeu ganhando muita coisa. E deu a quem ama futebol ingredientes fundamentais para um jogo magnífico. 
 
Agora vamos ao grande motivo para minha opinião. Lionel Messi. O argentino se coloca de vez num top 5 indiscutível da história da bola. E isso não tem tamanho! Sua carreira ainda tem mais alguns capítulos, mas o cenário já está definido. Sua inacreditável história no Barcelona ganha, pela Seleção, a cereja do bolo. É bom lembrar que a Argentina usou muito pouco do potencial desse cara. Fora 2006, quando era garoto, foram quatro Copas “pra valer”. Em 2010 e 18, dava pena de Messi. Estava jogado em meio aos leões em equipes caóticas. Não tinha quem desse jeito naquilo. Bastou dois times com o mínimo do mínimo para duas finais e uma taça. E a liderança técnica enche os olhos de qualquer um que aprecia o esporte. 
 
Messi está no seleto grupo de Di Stéfano, Puskas, Maradona, Zidane, Zico, Garrincha, Cruyff e, sim, Pelé. Abaixo do Rei certamente, mas com ótimos debates para qualquer colocação com todo resto dessa turma. O debate com Maradona, por exemplo, só existe na lógica por toda mística de Inglaterra x Argentina em 86. O cara fez uma atuação com Política e Guerra completamente dentro do contexto. Mas é inegável que “La Pulga” tem uma carreira maior que “Dieguito”. 
 
Ele precisava dessa final. Precisava dessa Copa. A bola não seria cruel a ponto de deixá-lo sem essa taça. Esse jogador saindo como saiu, ao derrotar um rival de tamanho porte, faz para mim dessa a grande decisão de Copa da história!

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