* Por Lidiane Praxedes Oliveira da Costa
Se existe um setor que conseguiu atravessar a pandemia, certamente foi o mercado imobiliário - e as expectativas de crescimento para o ano de 2023 continuam altas.
Estudos revelam que o ano de 2022 registrou um aumento de aproximadamente 46% nas vendas de imóveis, além de uma crescente no lançamento de empreendimentos no mercado. Agora, a tendência é que essa métrica permaneça.
Nos anos anteriores, o aquecimento do mercado se deu, principalmente, com a atuação do consumidor de classe média alta, isto porque houve oportunidades para a aquisição de imóveis à título de investimento, além do upgrade à imóveis classificados como médio e alto padrão. Em convergência a essa parcela de mercado, alguns consumidores também deram início ao sonho de uma residência de veraneio.
Já para esse ano, aposta-se no crescimento do mercado com relação à participação mais ativa das classes baixa e média.
Nesse sentido, a Associação Brasileira de Incorporadoras preparou uma pesquisa relacionada ao comportamento do consumidor, que trouxe o “crédito facilitado” como principal motivador na intenção de compra da casa própria, já que o novo governo tem como premissa maior igualdade social e econômica.
Em consonância, ainda existe a promessa do atual governo em retomar o programa Minha Casa Minha Vida, fato que criou uma alta expectativa tanto para as incorporadoras que trabalham voltadas a esse público, como para os consumidores desse setor.
Portanto, tudo indica que em 2023 haverá um crescimento do mercado nessa área.
Porém, não há como fechar os olhos às taxas que atualmente são praticadas pelo mercado, e esse é um entrave que a nova gestão governamental enfrentará, já que os juros elevados se mostram como um obstáculo ao crescimento de contratos de financiamento imobiliário no país.
As boas novas são que estudos indicam uma tendência à queda na valorização dos imóveis, ou seja, passaremos a enxergar um equilíbrio na precificação das propriedades, contrariando a alta disparada dos últimos anos.
Ainda, tendo em vista a pressão inflacionária que vivemos, espera-se que, a partir do segundo semestre, possamos alcançar taxas de juros menores, e observar queda na Selic, o que se mostra um cenário bem positivo a quem deseja investir no setor.
Para aqueles que pretendem investir no mercado imobiliário, portanto, é importante ficar atento às oportunidades que os próximos meses podem reservar, e, claro, contar com cuidados básicos, que incluem jamais dispensar o due diligence documental e estar atento ao contrato imobiliário, que deve apresentar direitos e deveres equilibrados e refletir a exata negociação comercial acordada.
Além disso, é fundamental buscar ajuda especializada para garantir que interesses, direitos e deveres estejam em conformidade e sempre preservados de riscos inesperados.