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10/03/2023 às 13h55min - Atualizada em 11/03/2023 às 00h00min

Investimentos em digitalização caem no último trimestre de 2022

Foi a primeira queda registrada no ano passado, após três trimestres de alta, conforme mostraram os resultados da Quarta Sondagem sobre Transformação Digital nas empresas, realizada pela ABDI e FGV. Segundo especialista em transformação digital, os investimentos são importantes para empresas que querem se manter competitivas e atender a um consumidor cada vez mais tecnológico

DINO
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Após dois trimestres ininterruptos de alta, os investimentos das empresas em transformação digital sofreram redução nos últimos três meses de 2022. Segundo pesquisa divulgada recentemente pela Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV), o indicador de investimentos em digitalização diminuiu 5,5 pontos, passando de 125,4 para 119,9 nesse período.

A quarta Sondagem sobre Transformação Digital nas Empresas, como é chamada a pesquisa, também mostrou o mesmo cenário para o indicador que avalia a previsão de investimentos para o primeiro trimestre de 2023. Esse indicador retraiu 3,7 pontos, passando de 124,8 para 121,1 pontos. Segundo a ABDI, o Índice de Transformação Digital (ITD) oscila entre o mínimo de zero ponto e o máximo de 200 pontos, onde o patamar de 100 pontos é considerado neutro. Valores inferiores a 100 significam desaceleração, enquanto valores superiores sinalizam aceleração.

A transformação digital das empresas é considerada uma vantagem competitiva e fator de diferenciação no mercado, especialmente em um cenário em que muitos consumidores, por conta das restrições impostas no período mais crítico da pandemia da Covid-19, passaram a comprar produtos por meio de ferramentas tecnológicas. Quem não conseguir atender a esse novo perfil, pode perder participação no mercado.

Com 12 anos de experiência na área de Negócios e Tecnologia, o especialista em Estratégia Corporativa e Transformação Digital Guilherme Ferreira de São José, alerta que os consumidores vêm exigindo diferentes formas de interação com as empresas, demandando delas mais agilidade, simplicidade, autonomia e personalização de sua jornada de consumo.

“A pandemia de Covid-19 e as medidas de isolamento social contribuíram drasticamente para a aceleração dessas novas formas de contato com o consumidor. O surgimento de novas soluções de inteligência artificial e de relacionamento permitiram que grandes empresas multinacionais e pequenos negócios revolucionassem a forma de interação com seus clientes”, comenta.

Ele explica que uma das principais vantagens do investimento em tecnologia e na transformação digital do negócio é acessar dados que podem ajudar o empresário ou o empreendedor a tomarem melhores decisões visando a melhoria dos seus processos e aumento de receitas.

“É possível identificar de forma automatizada, por exemplo, através de mídias sociais os comentários dos clientes sobre os produtos, e atuar diretamente para manter o cliente satisfeito ou solucionar potenciais problemas. A disponibilidade de dados combinada com a automatização de análises em tempo real e processos eficientes permitem o lançamento de produtos de uma maneira muito mais rápida, contribuindo para a definição de uma estratégia go-to-market mais eficiente e acelerada”, reforça.

Alguns pontos diferenciam empresas bem-sucedidas no processo de criação de novos modelos de negócios digitais, aponta especialista

Ao definirem os investimentos em tecnologia, as empresas precisam evitar três erros que, na experiência do especialista em Estratégia Corporativa e Transformação Digital Guilherme de São José, podem atrapalhar a criação de novos modelos de negócios digitais.

O primeiro deles é não ter uma estratégia clara para o novo modelo de negócio. “Entender quais as preferências dos consumidores, quais são as necessidades não atendidas pelo mercado e analisar em detalhes os fatores críticos de sucesso e potenciais riscos são imprescindíveis”, informa.

O segundo erro é não investir em mão de obra preparada para desenvolver e manter as novas soluções tecnológicas operando, visto que o crescimento de clientes pode ser exponencial. Por fim, o profissional explica que o terceiro erro é a ausência de um plano operacional detalhado para o lançamento de novas tecnologias, sem a devida preparação dos times internos para executar os processos internos de forma adequada e, por conta disso, acabar perdendo clientes.

“Apesar dos inegáveis benefícios para empresas e clientes, a adoção de novas tecnologias só pode ser maximizada através de uma estratégia de negócios clara e profundo entendimento do cliente. Um novo negócio digital parte do casamento entre uma estratégia de negócios bem pensada, uma arquitetura de tecnologia eficiente e um modelo de implementação acelerado”, conclui o especialista.



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