Você já parou para pensar por que o delivery de comidas e bebidas chega em cerca de 25 minutos na sua casa, caso você more em um grande centro urbano, mas os pedidos de medicamentos levam pelo menos quatro horas – na melhor das hipóteses – para chegar? Exemplificando: caso você esteja se preparando para ver uma partida de futebol, a cerveja pedida pelo aplicativo chega até sua casa antes da metade do primeiro tempo. Já se você estiver com dor e precisar de um analgésico talvez seja melhor pegar o carro e ir até a farmácia, em vez de ficar sofrendo por horas à espera do remédio.
Ao mesmo tempo em que precipitou uma revolução nos sistemas de vendas de vários segmentos, a pandemia expôs o calcanhar de Aquiles dos deliveries de medicamentos. Pressionado pelas circunstâncias, o varejo farmacêutico até tentou ser ágil. Virou-se como pôde – de forma quase improvisada – para atender à crescente demanda por remédios em domicílio, mas mesmo atropelando normas sanitárias não conseguiu garantir a agilidade e conveniência exigida pelos consumidores. Hoje, grande parte das entregas é feita em prazos extensos e, para completar, em muitos casos à margem da regulação oficial, uma vez que os meios usados não seguem as regras da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Primeira farmatech do Brasil, a Pharbox é um delivery especializado em medicamentos e chega ao mercado com o objetivo de solucionar todos esses problemas de uma só vez. Para o cliente, garante entregas em até 25 minutos – e com fretes reduzidos – ou a possibilidade de retirada de medicamentos em lojas autônomas próximas de onde estiver. Para as redes de farmácias, serve como um entreposto avançado, com 15 mil produtos que costumeiramente ficam atrás das prateleiras, assegurando entregas rápidas, além do armazenamento e transporte feitos conforme as normas da Anvisa – o que não ocorre com aplicativos de entrega genéricos.
“As grandes redes de farmácias não têm uma solução logística para o delivery. Nunca foi interesse dos grandes conglomerados digitalizar a operação, porque muitas redes têm parte de seu faturamento ligado ao aluguel dos imóveis”, comenta o CEO da Pharbox, Silvio Pereira Junior, empresário com mais de 30 anos de atuação no atacado farmacêutico. “Hoje, grandes players do mercado brasileiro de medicamentos conseguem realizar a entrega em até quatro horas ou só no dia seguinte. Se a pessoa estiver com fome, pede um hambúrguer e recebe em 20 minutos. Mas, se ela estiver doente, com dor, precisa sair de casa para comprar medicação. É um contrassenso.”
A solução da Pharbox para a equação do delivery de medicamentos baseia-se em dois formatos de bases operacionais e de distribuição: os hubs e as lojas autônomas. Contêineres de 25 metros quadrados que servem como dark pharmacies (dark stores farmacêuticas), os hubs têm raio de ação de 20 quilômetros. A qualquer hora do dia, ao efetuar uma compra pelo aplicativo da Pharbox, o cliente recebe os produtos enviados do hub mais próximo em até 25 minutos. Espécies de commodities farmacêuticas, os produtos disponibilizados nos hubs incluem comprimidos para dor de cabeça, febre e indigestão, que em 2021 representaram um terço das vendas das farmácias, em um montante de R$ 20 bilhões. O sistema elimina a necessidade de presença física de farmacêuticos – a orientação aos pacientes ocorre de forma remota. No caso de medicamentos que necessitam de receita, os documentos poderão ser enviados via o app e analisados pelos farmacêuticos.
Sistema inclui farmácias autônomas
Primeira startup focada em solução para o varejo farmacêutico, a Pharbox é fruto de um investimento de R$ 5 milhões em plataforma, infraestrutura e marketing. Conta com aplicativos diferenciados para consumidor, gerenciamento de entregadores e lojas autônomas, além de um software para integração dos apps.
O transporte é feito por entregadores cadastrados na plataforma – hoje, são cerca de 80 mil em todo o País, mas o objetivo é reunir 200 mil até 2023.
Além de entregar as vendas realizadas diretamente pelo aplicativo da Pharbox, os hubs permitem que redes de farmácias comercializem e entreguem, por meio de seus próprios APPs e e-commerces, commodities farmacêuticas – nesses casos, os produtos e as entregas são da Pharbox, que recebe comissões sobre os valores transacionados. Há ainda a possibilidade de as redes que não dispõem de equipes próprias de entrega ou que não contam com parcerias logísticas comercializarem seus próprios produtos, utilizando o sistema de entrega da Pharbox, garantindo assim a entrega ao consumidor em até 20 minutos.
Pensadas e desenvolvidas para estarem dentro de hospitais, estacionamentos, redes de laboratórios, condomínios residenciais e empresariais e escolas, as lojas de autoatendimento da Pharbox são as primeiras farmácias autônomas do país. A escolha dos produtos e o pagamento são feitos pelo aplicativo. O plano de expansão do modelo prevê a abertura de lojas autônomas franqueadas em todo o País – o custo de implantação fica em torno de R$ 150 mil.