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Oscar vs. América Latina: 6 vezes que a premiação ignorou prestigiados filmes latino-americanos

Confira 6 momentos em que filmes latino-americanos foram esnobados pela Academia

RAFAEL C.
14/02/2025 14h58 - Atualizado há 3 dias
Oscar vs. América Latina: 6 vezes que a premiação ignorou prestigiados filmes latino-americanos
Foto: Raph_PH via Flickr (https://flic.kr/p/2qnDwKz) CC BY 2.0

A trajetória do Oscar sempre foi marcada por controvérsias, especialmente no que diz respeito à representação de artistas e produções latinas. Este ano, a indicação de Fernanda Torres no filme “Ainda Estou Aqui” (Brasil, 2024) resgata um capítulo emblemático dessa história: a ausência de sua mãe, Fernanda Montenegro, entre os vencedores da mais alta premiação do cinema mundial.

Com uma performance amplamente elogiada em Central do Brasil (Brasil, 1998) e com um Globo de Ouro na conta, a produção não levou a estatueta para casa. O filme havia sido indicado nas categorias Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Atriz.

Na edição deste ano da premiação, a indicação de "Emilia Pérez" (França, 2024), filme sobre uma figura histórica mexicana, dirigido por um francês e com elenco sem mexicanos, gerou debates sobre representatividade.

Em clima de premiação, a Odds Scanner destaca seis ocasiões em que o Oscar deixou de reconhecer talentos latino-americanos, evidenciando um histórico de decisões controversas:

 
  1. "Abril Despedaçado" (Brasil, 2001) vs. "A Beautiful Mind" (EUA, 2001)

    Dirigido por Walter Salles, "Abril Despedaçado" foi premiado em Cannes e indicado ao Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro. A trama, baseada no livro do albanês Ismail Kadare, retrata a violência e as tradições familiares no sertão brasileiro. Apesar do reconhecimento, o filme não foi indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, enquanto "A Beautiful Mind" levou o prêmio principal. A crítica internacional destacou a fotografia deslumbrante e a atuação de Rodrigo Santoro, mas a Academia ignorou o filme.
     
  2. Demián Bichir em "Uma Vida Melhor" (EUA/México, 2011) vs. Jean Dujardin em "The Artist" (França, 2011)

    No filme "Uma Vida Melhor", o mexicano Demián Bichir interpretou um imigrante ilegal que luta para criar o filho em Los Angeles. Sua performance foi aclamada pela crítica, rendendo-lhe uma indicação ao Oscar de Melhor Ator. No entanto, Bichir perdeu para Jean Dujardin, de "The Artist". Muitos argumentam que a vitória de Dujardin refletiu o fascínio da Academia por filmes sobre Hollywood, em detrimento de histórias sociais relevantes.
     
  3. "Relatos Selvagens" (Argentina/Espanha, 2014) vs. "Ida" (Polônia/Dinamarca, 2013)

    Dirigido por Damián Szifron, "Relatos Selvagens" é uma antologia de histórias sobre vingança e injustiça social. O filme venceu o BAFTA de Melhor Filme Estrangeiro e foi indicado à Palma de Ouro em Cannes. Apesar do sucesso crítico, o filme perdeu o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro para "Ida". A Academia ignorou a ousadia narrativa e a crítica social presente no filme argentino.
     
  4. Yalitza Aparicio em "Roma" (México, 2018) vs. Olivia Colman em "The Favourite" (Reino Unido, 2018)

    Yalitza Aparicio, estreante no cinema, interpretou Cleo, uma empregada doméstica indígena no México dos anos 1970. Sua performance em "Roma" foi elogiada por sua autenticidade e sensibilidade, rendendo-lhe uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz. Apesar da indicação, Aparicio perdeu para Olivia Colman, de "The Favourite". A vitória de Colman foi vista como uma escolha segura, enquanto Aparicio representava uma voz nova e necessária no cinema.
     
  5. "O Labirinto do Fauno" (México/Espanha, 2006) vs. "A Vida dos Outros" (Alemanha, 2006)

    Dirigido por Guillermo del Toro, "O Labirinto do Fauno" é uma mistura de fantasia sombria e drama histórico, ambientado na Espanha pós-guerra civil. O filme ganhou três Oscars técnicos e foi aclamado pela crítica internacional. Apesar de sua ousadia visual e narrativa, o filme perdeu o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro para "A Vida dos Outros". Muitos críticos consideram a escolha da Academia conservadora, ignorando a inovação de del Toro.
     
  6. Ricardo Darín em "O Segredo dos Seus Olhos" (Argentina/Espanha, 2009) vs. Jeff Bridges em "Crazy Heart" (EUA, 2009)

    No filme argentino "O Segredo dos Seus Olhos", Ricardo Darín interpretou um investigador obcecado por um caso de assassinato não resolvido. O filme venceu o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e foi elogiado por sua trama complexa e atuações poderosas. Apesar do sucesso do filme, Darín não foi indicado ao Oscar de Melhor Ator, categoria que premiou Jeff Bridges por "Crazy Heart". A Academia ignorou a profundidade emocional de Darín, que havia sido aclamado em festivais internacionais.

Com a indicação de Fernanda Torres, surge a dúvida: será que, após tantas omissões, o Oscar finalmente reconhecerá uma produção brasileira? A premiação deste ano pode marcar um novo momento para o cinema nacional, mas o histórico da Academia ainda gera ceticismo. Resta saber se a performance da atriz será suficiente para quebrar essa barreira ou se o Brasil continuará à margem das principais categorias.



 

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RAFAEL APARECIDO CORDEIRO
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