Amigos do verde: reajam!
Mudanças Climáticas
Renato Nalini
24/03/2025 07h24 - Atualizado há 5 dias
Domínio Público
O insensato crescimento da capital paulistana gerou um ambiente impermeável, sem o verde necessário, desprovido de terra que possa absorver a água da chuva e reabastecer os lençóis freáticos. A poderosa indústria da construção civil parece insensível à urgência de edificar num padrão de soluções de acordo com a natureza. Raríssimos os exemplos de respeito ao verde, que podem requalificar os projetos e garantir maior rendimento para os empreendedores. É urgente que o setor, tão influente na elaboração normativa dos Planos Diretores, influencie a Câmara Municipal no sentido de incentivar o plantio e atenuar as elevadas temperaturas, que causam mais mortes do que as ondas de frio na escaldante pauliceia. A arquitetura biofílica é o modelo que vigora nos países mais adiantados e que pode ser implementada em São Paulo como política de construção amiga da natureza. Assimilar o “rewilding”, que é mais do que reflorestamento. Aproveitar a água de chuva para manter os jardins. Investir em bosques urbanos dentro dos condomínios. Seguir o exemplo de Singapura, cujas calçadas reservam faixas de 50 centímetros obrigatoriamente verdes. Intensificar a produção de “ilhas de chuva” e de “vagas verdes”. Automóvel não respira. Ao contrário, emite veneno. Gente, sim, precisa respirar. Premiar as soluções que devolvam cobertura vegetal a esta que já foi chamada “selva de pedra” e que é selvagem quando sua arquitetura parece não se importar com a vida, senão com o trânsito e com o lucro. Amigos do verde: reajam! Antes que seja tarde. *José Renato Nalini é Secretário-Executivo das Mudanças Climáticas de São Paulo. Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
LUCIANA FELDMAN
[email protected]