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Em mais da metade dos casos de abortamentos espontâneos ocorridos no primeiro trimestre de gestação a causa está nas alterações nos cromossomos

O mês de março é de conscientização sobre as trissomias, condição associada com a existência de um cromossomo extra. Entre essas condições, a mais conhecida é a Síndrome de Down, estima-se que ela ocorra em aproximadamente 1 a cada 700 nascimentos. Outras trissomias, como a Síndrome de Patau e a Síndrome de Edwards, também impactam a saúde fetal e podem levar a complicações graves

MELINA FERRAZZO
31/03/2025 18h11 - Atualizado há 1 dia
Em mais da metade dos casos de abortamentos espontâneos ocorridos no primeiro trimestre de gestação a causa está nas alterações nos cromossomos
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A gestação é um momento especial na vida de muitas mulheres, mas também traz desafios e dúvidas, principalmente quando se trata da saúde do bebê. Entre os fatores que podem influenciar a gestação, as alterações cromossômicas merecem atenção especial, pois podem impactar o desenvolvimento fetal. Com os avanços da genética, exames cada vez mais precisos permitem identificar precocemente esses riscos, possibilitando um acompanhamento médico mais assertivo e individualizado desde as primeiras semanas de gravidez.

Cerca de 50% dos abortamentos espontâneos no primeiro trimestre são causados por alterações cromossômicas, sendo as trissomias as mais frequentes. O laboratório Igenomix, do Vitrolife Group, destaca que o risco dessas alterações está muitas vezes, diretamente ligado à idade materna. Estima-se que uma mulher de 25 anos tem uma chance de aproximadamente 1 em 1.300 de ter um bebê com Síndrome de Down. Essa probabilidade sobe para 1 em 350 aos 35 anos e para 1 em 100 aos 40 anos. Aos 45 anos, o risco pode chegar a 1 em 30. “As trissomias são causadas, em muitos casos, por erros na divisão celular durante a formação dos gametas. Os óvulos da mulher também envelhecem com o passar do tempo aumentando a probabilidade de erros durante a divisão ou cópia do DNA (material genético)” , explica Taccyanna Mikulski, geneticista molecular, gerente científica e consultora genética do laboratório Igenomix na América Latina do Grupo Vitrolife.

Síndrome de Down (Trissomia 21): Muitos casos de  síndrome de Down são causados pela presença de uma cópia extra do cromossomo 21. Estima-se que entre 12 e 40 semanas de gestação, o índice de óbito fetal espontâneo seja de 30%. Dados indicam que cerca de 20% dos fetos com trissomia 21, entre 16 e 40 semanas, não sobrevivem. Essa variação depende de diversos fatores, como a idade gestacional e a presença de outras condições associadas. As pessoas com síndrome de Down podem ser afetadas em diferentes níveis, sendo que as consequências clínicas mais frequentes para os pacientes são atraso mental, hipotonia muscular (diminuição do tônus muscular), problemas cardíacos, estatura baixa, envelhecimento precoce, infertilidade masculina e feminina.

Síndrome de Patau (Trissomia 13): A síndrome de Patau é causada pela presença de uma cópia extra do cromossomo 13. Ela está associada a sérias malformações físicas e no sistema nervoso central. A maioria dos bebês com síndrome de Patau não sobrevive além do primeiro ano de vida, devido à gravidade das complicações associadas à condição.

Síndrome de Edwards (Trissomia 18): A síndrome de Edwards é resultado da presença de uma cópia extra do cromossomo 18. Ela está relacionada a sérias alterações cardíacas, renais e outras malformações. A taxa de sobrevivência de fetos com trissomia 18 é muito baixa e a grande maioria das crianças não sobrevive ao primeiro ano de vida.

A contribuição dos testes genéticos

O avanço da genética possibilitou exames cada vez mais precisos para detectar alterações cromossômicas. No caso de uma perda gestacional precoce ocorrida a partir de 6 semanas de gestação, é possível avaliar por meio de uma amostra de sangue materno, quando o feto ainda não foi expelido, se existe alguma anomalia cromossômica associada ou ainda, é possível estudar diretamente o tecido fetal (produto de concepção) por meio do teste POC. Ambos os testes contam a tecnologia de sequenciamento de nova geração.  Em uma gestação em curso, o teste pré-natal não invasivo (NACE/NIPT) é um dos principais aliados para identificar a presença de trissomias, analisando o DNA fetal presente no sangue materno a partir da 10ª semana de gravidez permitindo aos futuros pais tomarem decisões informadas e planejarem melhor os cuidados necessários “O NACE permite uma triagem com mais de 99% de precisão para a trissomia 21 e também avalia a presença das trissomias 13 e 18, sem oferecer riscos à saúde materna ou fetal”, destaca Taccyanna.

O rastreamento precoce permite que médicos e famílias tenham maior segurança ao longo da gestação e possam se preparar para oferecer os melhores cuidados ao bebê. Exames complementares aliados a uma amniocentese ou a biópsia de vilo corial, devem ser indicados para confirmação do diagnóstico, possibilitando uma avaliação mais detalhada do cariótipo fetal.

Para casais que desejam engravidar e buscam reduzir os riscos de trissomias devido ao seu histórico reprodutivo, a medicina reprodutiva oferece alternativas como o Teste Genético Pré-Implantacional para Aneuploidias (PGT-A). Esse teste, realizado durante a fertilização in vitro (FIV), analisa o número de cromossomos em uma biópsia embrião permitindo uma seleção antes da transferência para o útero, minimizando o risco de perda gestacional associada uma aneuploidia ou síndrome genética. “O PGT-A é uma ferramenta chave para auxiliar uma gestação saudável, especialmente para mulheres acima dos 35 anos ou para aquelas com histórico de perdas gestacionais recorrentes”, enfatiza Taccyanna.

Com a evolução dos exames genéticos, é possível oferecer um acompanhamento mais seguro e preciso para gestantes e casais em busca da maternidade e paternidade. O conhecimento e a tecnologia aliados à genética e aconselhamento genético proporcionam avaliações precoces e um melhor planejamento reprodutivo, garantindo mais segurança e bem-estar para as famílias.


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MELINA FERRAZZO BANDEIRA
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