Estima-se que cerca de 90% dos empreendimentos brasileiros sejam empresas familiares – um número mais do que expressivo, indicando como esse tipo de negócio é predominante no país. Quase toda companhia nasce do investimento de uma família, consequentemente envolvendo a maior parte dos seus membros no processo – pai, mãe, filhos, etc.
Por um lado, contar com esse tipo de centralização pode ser benéfico para a evolução do negócio. Por outro, separar a vida profissional da pessoal e garantir a longevidade da empresa entre os herdeiros podem se provar verdadeiros desafios. Para superar tais dificuldades, torna-se necessário ir além do básico e buscar inovar na medida certa.
Um estudo publicado pelo Harvard Business Review aponta que empresas familiares tendem a investir menos em inovação, mas conseguem ser mais eficientes que a média quando decidem dar esse passo. A pesquisa aponta que o principal motivo da baixa adesão se deve ao receio de que algo acabe não funcionando no processo; no fim, essa cautela também acaba sendo prejudicial.
Como inovar em empresas familiares?
Negócios de família são muito ligados a modelos tradicionais de empreendimento, que prezam pela autoridade da liderança e, em muitos casos, não dão tanto espaço para novas ideias vindas de pessoas fora do topo da hierarquia. Esse é um dos primeiros fatores que precisam ser renovados para que a inovação ganhe mais espaço na cultura organizacional.
Uma cultura participativa é importante justamente por trazer novos pontos de vista sobre o futuro do negócio. Um diretor da velha-guarda, por exemplo, pode apresentar uma certa resistência ao implementar ferramentas tecnológicas na operação ou investir mais na presença online da empresa. A visão de um gestor mais jovem pode ajudá-lo a entender melhor as necessidades do mercado de trabalho moderno.
As inovações podem começar aos poucos, então não há necessidade de implementar muitas mudanças de uma vez só. Uma simples impressora de etiquetas adesivas, por exemplo, pode ser o suficiente para mudar a dinâmica operacional e garantir mais praticidade aos colaboradores. Ao promover uma adaptação natural, já é possível investir em ferramentas mais avançadas e tecnológicas.
Outro ponto importante está ligado à linha de sucessão. Em empresas familiares, é comum que os filhos tomem o lugar dos pais, e assim sucessivamente – o que nem sempre é o melhor direcionamento para a saúde do negócio. Os líderes precisam estar preparados para tomar novos rumos quando for necessário, e, em muitos casos, isso envolve uma quebra dessa tradicionalidade.
Com tudo isso em mente, é possível combinar tradição com inovação e explorar o melhor dos dois mundos.
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ANDRE LUCIO ELOI DE SOUZA FILHO
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