Os eventos de lançamento em Florianópolis e em São Paulonos próximos dias contarão com sessão de autógrafos. O escritor estará disponível para conversar com o público
São Paulo (SP), 11 de abril de 2025 – Ele se considera brasileiro no Brasil e francês na França, é descendente de libaneses e mantém-se, aos 80 anos, inspirado por essa polifonia consonante de culturas. “Ter essa diversidade é ter uma riqueza”, analisa Arkan Simaan, escritor que está de volta ao Brasil e, desta vez, com uma missão: lançar seu mais recente livro “Vem, vamos embora – imigração, ditadura e exílio”, em duas ocasiões: em Florianópolis neste sábado (12 de abril), das 10h às 12h, na Livraria Desterrados (Rua Tiradentes, 204, centro) e, em São Paulo, no dia 15 (terça-feira), das 18h às 21h, na Livraria Martins Fontes Paulista (Av. Paulista, 509 - próximo à Estação Brigadeiro do Metrô.
O autor teve uma trajetória marcada pela luta política e pela experiência do exílio e escreveu esse livro de memórias com uma narrativa que transita pela autobiografia, com recortes e passagens de sua vida. São relatos que exploram sua própria história e de outras pessoas de seu convívio que viveram dramas semelhantes em uma época de grandes transformações políticas no Brasil e no mundo.
Arkan Simaan nasceu no Líbano e veio com os pais para o Brasil na primeira infância. No livro, ele compartilha lembranças de um período turbulento da história brasileira, incluindo seu envolvimento com movimentos políticos durante a ditadura militar e sua luta pela liberdade, ideal reforçado quando chegou na França e mergulhou nos princípios do Iluminismo, apaixonando-se pelo movimento revolucionário francês baseado na liberdade, igualdade e fraternidade. “O iluminismo foi tudo pra mim”, reflete Simaan. Em “Vem, vamos embora”, ele narra sua vivência como militante de um grupo trotskista, sua perseguição, prisão e o exílio na França, onde se tornou parte de um movimento revolucionário.
O livro, publicado pela Editora Insular, traz registros autobiográficos que transcendem à simples recordação dos fatos. “Não considero meu livro uma biografia, que é uma técnica mais elaborada e completa, mas trago minhas memórias para o leitor”, afirma Simaan. A nova produção literária visa não apenas contar sua história, mas oferecer ao leitor um relato visceral das dificuldades e das escolhas que moldaram sua vida. “Para escrever este livro selecionei passagens da minha vida. E eu as seleciono, quando estou escrevendo as memórias”, explica Simaan.
A obra se conecta com o contexto político entre as décadas de 60 e 80, abordando, entre outros pontos, a semelhança da história de Simaan com o caso de Rubens Paiva. “Eu pertenço à mesma geração que ele, fui preso ao mesmo tempo que ele, só não desapareci por um concurso excepcional de segurança. Ele não está mais aqui e eu estou”, conta. Além disso, o autor traz na obra suas reflexões sobre a política brasileira e internacional e conta como ocorreu a reconstrução de sua vida na França e sua evolução como intelectual e ativista.
A capa deste livro de memórias é ilustrada por Michelle Bisson, da associação Bons Baisers d´Etretate, destinada a reintegrar socialmente trabalhadores após longo período de desemprego. A contra capa é assinada por Ana Lagôa, cujo nome estará para sempre associado ao arquivo depositado em agosto de 1996 na Universidade Federal de São Carlos, o Fiscar, com cerca de 1.600 livros e 20 mil recortes de jornais sobre a ditadura militar brasileira de 1964 a 1985.
Os eventos de lançamento em Florianópolis e em São Paulo contarão com sessão de autógrafos. O escritor estará disponível para conversar com o público e discutir as inspirações por trás de seu livro, bem como sua visão sobre os temas abordados.
Sobre o Autor
Arkan Simaan nasceu no Líbano em 1945. Aos três anos de idade, veio com a família morar no Brasil, em Anápolis (Goiás), onde cursou o ensino médio. Depois, ingressou na Faculdade de Física da Universidade de São Paulo (USP) e se envolveu na luta contra a ditadura. Em 1968, foi um dos fundadores do Movimento 1º de Maio. Condenado à prisão por atividades subversivas, exilou-se em Paris, em 1970 e criou com outros brasileiros a revista Outubro. Estes dois grupos vão desempenhar um importante papel na fundação da Organização Socialista Internacionalista (OSI), e nesta qualidade, na do Partido dos Trabalhadores. Em 2012, Simaan foi um dos fundadores da ONG francesa Planète Amazone, de defesa dos povos indígenas e das florestas tropicais. Assim, ele acompanhou inúmeras viagens de indígenas latino-americanos na Europa, tendo sido o tradutor do cacique Raoni na COP21.
Na França, onde reside atualmente, tornou-se professor de Física e escreveu livros de sucesso no campo da História da Ciência, um dos quais foi traduzido no Brasil pela Companhia das Letras, “A Imagem do Mundo dos Babilônios a Newton”. Publicou também na editora Insular, “Redescobrindo o Brasil, um Marinheiro na Terra dos Papagaios”.
Atualmente, Arkan Simaan vive na França, onde continua a sua militância por meio de organizações não governamentais.
Serviço:
Eventos - lançamento do livro: “Vem, vamos embora - imigração, ditadura e exílio" de Arkan Simaan
Onde: Florianópolis Quando: 12 de abril (sábado), das 10h às 12h
Local: na Livraria Desterrados (Rua Tiradentes, 204, centro)
Onde: São Paulo Quando: 15 de abril (terça-feira), das 18h às 21h, na Livraria Martins Fontes Paulista (Av. Paulista, 509 - próximo à Estação Brigadeiro do Metrô.