O município do litoral baiano Itacaré recebe, nesta quarta-feira (30/4), a "Corre por Todas Run", uma corrida pensada especialmente para as mulheres. O evento esportivo promovido pela prefeitura em parceria com o projeto Corrida e Caminhada Delas marca o Dia Nacional da Mulher, celebrado em 30 de abril.
As inscrições são gratuitas e estão abertas. Para participar, basta preencher o formulário eletrônico em https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSd8yx33dSOTGSWb4Ym5XerOm7K47sCmQ6kDnnJkoGT2qgym-w/viewform.
A iniciativa tem duas modalidades, caminhada e corrida, ambas com circuito de 3 km. O objetivo é incentivar cada mulher a ir além dos seus próprios limites, tanto físicos quanto emocionais, enquanto compartilha momentos de união, apoio e solidariedade.
A largada está marcada para às 18h, na Praça São Miguel. Dúvidas pode sem esclarecidas pelo e-mail [email protected] ou na sede da Secretaria de Mulheres.
Dia Nacional da Mulher
Instituída em 1980, por meio da Lei nº 6.971, para estimular a integração da mulher no processo de desenvolvimento, a data homenageia a enfermeira Jerônima Mesquita, que liderou o movimento feminista no Brasil e colaborou na criação do Conselho Nacional das Mulheres, em 1947.
Nascida em 1880, em uma família aristocrática, ela teve sua família como exemplo, que permitia que pessoas escravizadas aprendessem a tocar instrumentos musicais e já as libertou em 1886, antes da Lei Áurea. Além disso, sua mãe, depois que ficou viúva, teria vendido um diamante para adquirir o terreno onde foi construído o Sanatório São Miguel, em Correias, região serrana fluminense, destinado a crianças e mulheres tuberculosas.
Jerônima, por imposição da família, casou-se aos 17 anos, mas se separou após dois anos e nunca mais voltou a casar. Na I Guerra Mundial, ela atuou como voluntária da Cruz Vermelha de Paris e depois a da Suíça.
No Brasil, participou da fundação da Cruz Vermelha, organização que dava assistência aos doentes e refugiados; dos Pequenos Jornaleiros, entidade para meninos órfãos ou carentes; da Pró-Matre, instituição para gestantes carentes; e da Associação das Girl Guides do Brasil (primeiro nome da Federação de Bandeirantes do Brasil).
A enfermeira foi uma das pioneiras na luta pelo direito ao voto feminino, participando ativamente do movimento sufragista de 1932. Com Bertha Lutz e Maria Eugênia, em 14 de agosto de 1934, lançaram um manifesto à nação, chamado de Manifesto Feminista:
As mulheres, assim como os homens, nascem membros livres e independentes da espécie humana, dotados de faculdades equivalentes e igualmente chamados a exercer, sem peias, os seus direitos e deveres individuais, os sexos são interdependentes e devem, um ao outro, a sua cooperação. A supressão dos direitos de um acarretará, inevitavelmente, prejuízos pra o outro e, conseqüentemente, para a Nação.
Em todos os países e tempos, as leis, preconceitos e costumes tendentes a restringir a mulher, a limitar a sua instrução, a entravar o desenvolvimento das suas aptidões naturais, a subordinar sua individualidade ao juízo de uma personalidade alheia, foram baseados em teorias falsas, produzindo, na vida moderna, intenso desequilíbrio social; a autonomia constitui o direito fundamental de todo individuo adulto; a recusa desse direito à mulher é uma injustiça social, legal e econômica que repercute desfavoravelmente na vida da coletividade, retardando o progresso geral; as noções que obrigam ao pagamento de impostos e à obediência à lei os cidadãos do sexo feminino sem lhes conceder, como aos do sexo masculino, o direito de intervir na elaboração dessas leis e votação desses impostos, exercem uma tirania incompatível com os governos baseados na justiça; sendo o voto o único meio legítimo de defender aqueles direitos, a vida e a liberdade proclamados inalienáveis pela Declaração da Independência das Democracias Americanas e hoje reconhecidas por todas as nações civilizadas da Terra, à mulher assiste o direito ao título de eleitor.
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MÁRCIO LEAL GONÇALVES
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