A evolução tecnológica transformou a forma como as pessoas se comunicam, mas também trouxe novos desafios para quem busca desenvolver habilidades de oratória e expressividade. No ambiente corporativo e na vida pessoal, a presença massiva de recursos digitais levanta uma questão crítica: tecnologia e empatia são aliadas ou inimigas da comunicação?
Para a Dra. Cristiane Romano, fonoaudióloga, doutora em expressividade e especialista em comunicação estratégica, a resposta depende do modo como as ferramentas são utilizadas. “A tecnologia pode ampliar a comunicação, mas, se usada de forma desatenta, pode gerar distanciamento emocional, superficialidade e prejuízo na construção de vínculos genuínos”, afirma.
De acordo com relatório da Pew Research Center (2023), cerca de 85% dos jovens adultos preferem se comunicar por mensagens de texto em vez de conversas presenciais. O levantamento aponta que, embora a comunicação digital seja mais rápida, ela compromete elementos fundamentais da interação humana, como a linguagem corporal, o tom de voz e a escuta ativa.
Outro estudo, conduzido pela American Psychological Association (APA), identificou que 59% dos trabalhadores relatam que a comunicação exclusivamente virtual reduz a empatia nas relações profissionais.
"Quando deixamos de observar sinais não verbais, como expressões faciais e gestos, perdemos nuances importantes que constroem a confiança e a conexão emocional", explica a Dra. Cristiane Romano. "A comunicação efetiva vai além da transmissão de informações; ela é uma experiência de vínculo humano."
No ambiente profissional, a oratória também precisou se adaptar. Reuniões por videoconferência, apresentações online e negociações a distância exigem novas competências. Para a Dra. Cristiane, no entanto, a essência da boa comunicação permanece a mesma: clareza, empatia e expressividade.
"As habilidades de oratória continuam essenciais, mesmo no universo digital. O que mudou foi o cenário. Hoje, é preciso aprender a transmitir emoção, liderança e credibilidade por meio de uma tela", ressalta.
Romano aponta que, segundo levantamento da McKinsey & Company (2023), 70% dos líderes empresariais acreditam que a habilidade de se comunicar de maneira empática e clara continuará sendo um dos principais diferenciais competitivos nos próximos anos.
Para que a tecnologia seja uma aliada, a Dra. Cristiane Romano recomenda práticas que reforcem a empatia e a expressividade nos ambientes digitais:
"A tecnologia é uma ponte, não um muro. Quem consegue aliar domínio técnico à sensibilidade emocional se destaca e constrói conexões sólidas, mesmo à distância", conclui a Dra. Cristiane Romano.
Sobre a Dra. Cristiane Romano
Fonoaudióloga, mestre e doutora em Expressividade pela USP. Pós-graduada em Voz pelo CEFAC - BH e em Gestão Estratégica de Marketing pela PUC Minas. Formada em Business and Executive Coaching pela University of Ohio - EUA. É autora de livros e artigos científicos nacionais e internacionais, atuando na capacitação de líderes, executivos e profissionais da educação para o desenvolvimento da comunicação estratégica, da expressividade e da inteligência emocional no ambiente corporativo.
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PAULO NOVAIS PACHECO
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