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Relação entre hepatite e câncer. Como prevenir?

Visando conscientizar a população sobre a importância de se prevenir contra a hepatite surgiu a campanha Maio Vermelho

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14/05/2025 07h33 - Atualizado há 9 horas
Relação entre hepatite e câncer. Como prevenir?
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A Organização Mundial da Saúde – OMS avalia que cerca de 304 milhões de pessoas em todo o mundo convivem com algum tipo de hepatite viral crônica: cerca de 254 milhões com hepatite B e 50 milhões com hepatite C. Além disso, estima-se que aproximadamente 290 milhões de pessoas têm hepatite viral e desconhecem que estão infectadas.

As cinco cepas principais do vírus da hepatite são identificadas pelas letras do alfabeto: A, B, C, D e E. “A hepatite tipo A é a mais comum, sendo considerada uma infecção aguda e não dá origem à hepatite crônica, em geral, a maioria dos pacientes se recupera totalmente da doença. As hepatites do tipo B e C, consideradas as mais perigosas, são, inclusive, fatores de risco para o desenvolvimento do hepatocarcinoma, que é o câncer de fígado, além de cirrose hepática”, alerta o cirurgião oncológico Marciano Anghinoni, do COP – Centro de Oncologia do Paraná.

O vírus da hepatite tipo B é transmitido pelo compartilhamento de objetos contaminados como seringas e agulhas, alicates de unhas, lâminas de barbear, escovas de dente, assim como pelo contato com sangue ou ainda com outros fluidos corporais durante o sexo sem proteção com pessoas infectadas, além da chamada transmissão vertical, de mãe para filho durante a gravidez, o parto ou a amamentação.

A transmissão do tipo C e D ocorre de forma semelhante à do vírus da hepatite B, de mãe para filho e, embora menos comum, pela relação sexual, mas na maioria das vezes, se dá pelo contato direto com o sangue humano contaminado, seja por compartilhamento de materiais de higiene pessoal, de agulhas e seringas, ou pela transfusão sanguínea, ainda que menos habitual atualmente. Considerada mais grave na forma crônica, a hepatite D, ou Delta, assim chamada porque as suas causas estão relacionadas a um vírus de mesmo nome (agente delta), cujo RNA é tido como defeituoso, uma vez que necessita da presença de uma proteína-chave do vírus da hepatite B para se replicar e causar a doença, de modo que a hepatite D só pode infectar pessoas que estejam infectadas também com o vírus da hepatite B.

Sintomas gerais, diagnóstico e prevenção

Dr. Marciano Anghinoni esclarece que um dos principais problemas ligados às hepatites virais é que muitas vezes os sintomas passam despercebidos por serem silenciosos e com isso muitas pessoas vêm para o consultório quando a doença já se encontra em estágio avançado, tornando-se crônica ou evoluindo para outra complicação mais severa. Febre, mal-estar, náuseas, icterícia, artralgia (dor nas articulações), urina escura, fezes claras e dor abdominal são sintomas percebidos no estágio de agudização, enquanto a doença na forma crônica pode ser assintomática por anos, com sintomas iniciais vagos como fadiga, podendo apresentar, entretanto, em estágios mais avançados, icterícia, inchaço abdominal e sinais de cirrose.

Para o diagnóstico da hepatite são considerados, na avaliação, os sintomas e o histórico médico, além da realização de testes da função hepática, exames de sangue, físico e de imagem (cintilografia), bem como biópsia hepática. A melhor forma de prevenção é fazer a vacinação e usar preservativos nas relações sexuais, evitando assim o contágio. As vacinas estão disponíveis na rede pública de saúde e ajudam na prevenção das hepatites virais tipo A e B.

Carcinoma hepatocelular

O carcinoma hepatocelular (CHC), a forma mais comum de câncer de fígado, é uma doença agressiva que pode passar despercebida em função da ausência de sintomas evidentes no estágio inicial, levando pacientes a serem diagnosticados em fases mais avançadas e comprometendo a eficácia do tratamento. Estudos apontam que a cirrose (cicatrização do fígado) causada pelos vírus da hepatite B e C é responsável por cerca de metade de todos os casos de carcinoma hepatocelular, a forma mais comum de câncer de fígado. Outros fatores são consumo excessivo de álcool, acúmulo de gordura no fígado (esteatose hepática) tabagismo, obesidade, diabetes e exposição a substâncias tóxicas contidas em alimentos mal acondicionados.

Para Dr. Marciano Anghinoni, o maior desafio dessa doença é a detecção precoce, já que por ser silenciosa pode progredir sem que a pessoa perceba. Ainda assim, finaliza o cirurgião, “esse tipo de câncer pode dar alguns sinais aos quais deve-se ficar atento, como dor ou desconforto abdominal, coceira na pele, perda de peso sem causa aparente, perda de apetite e fadiga e, em alguns casos, icterícia (pele e olhos amarelados), náuseas, vômitos e aumento do volume abdominal”.


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Heverson Bayer
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