Durante muito tempo, o cuidado com animais de estimação esteve restrito à alimentação, vacinação e consultas clínicas. Mas para o médico-veterinário Dr. Marcelo Müller, especializado em atendimento domiciliar e ainda, em pesquisa e desenvolvimento, isso já não é suficiente. Em sua atuação diária junto a cães e gatos, ele defende uma nova abordagem: os pets devem ser vistos como seres relacionais, com necessidades emocionais tão legítimas quanto as fisiológicas. “Se são parte da família, precisam ser cuidados com ciência, sensibilidade e respeito à sua individualidade”, afirma.
Embora o reconhecimento da senciência animal já representa um marco ético e legal no Brasil — ou seja, o entendimento de que os animais sentem dor, prazer e medo, Dr. Marcelo argumenta que é hora de avançar: “Eles não apenas sentem. Eles se conectam afetivamente, absorvem o ambiente emocional da casa e influenciam diretamente a saúde das pessoas com quem convivem.”
A atuação de Dr. Marcelo vai além dos cuidados clínicos. Por meio de atendimentos domiciliares, ele observa os pets em seu contexto real — suas rotinas, relações, medos e afetos. Essa proximidade permite compreender o impacto de fatores emocionais na saúde física dos animais. “Não é incomum vermos cães e gatos apresentando sintomas após eventos traumáticos como luto, separações, mudanças bruscas no ambiente ou doenças dos tutores. Isso mostra o quanto são sensíveis e ligados à dinâmica familiar.”
A visão de bem-estar defendida por ele está alinhada às diretrizes da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), hoje chamada oficialmente de WOAH (World Organisation for Animal Health), que já considera aspectos como liberdade emocional, segurança afetiva e estímulo cognitivo. “Um animal emocionalmente negligenciado pode adoecer mesmo recebendo o melhor tratamento físico. A saúde é integral”, reforça.
Além dos cuidados regulares, Dr. Marcelo se destaca pelo trabalho com cuidados paliativos e eutanásia humanizada, temas ainda tratados como tabu. Para ele, a morte de um pet deve ser encarada como um rito de passagem, conduzido com empatia, respeito e acolhimento. “É um processo doloroso, mas também pode ser um ato de amor. A presença cuidadosa do veterinário faz toda a diferença nesse momento.”
Outro pilar do seu trabalho é o acolhimento aos tutores. Dr. Marcelo acredita que o veterinário deve ser, acima de tudo, um bom ouvinte. “A relação não pode ser invasiva nem apressada. Cada animal tem uma história, e cada família vive seus afetos de forma única. Precisamos escutar sem julgamentos.”
Para que essa nova ética do cuidado se consolide, ele defende mudanças estruturais na formação de veterinários, nas legislações de bem-estar animal e nas políticas públicas. “Cuidar de um pet hoje é também cuidar do bem-estar humano e coletivo. Estamos falando de vínculos afetivos reais, que merecem ser reconhecidos e respeitados.”
A proposta de Dr. Marcelo Müller vai além das tendências do mercado pet. Trata-se de uma transformação silenciosa, porém urgente, que começa dentro de casa com atenção, respeito e afeto. “Não estamos mais falando apenas de animais domésticos. Estamos falando de companheiros de vida. E cuidar deles de forma integral não é luxo: é um imperativo ético da sociedade que queremos construir.”
Instagram: @marcelomullervet
Site: marcelomullervet.com.br
Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
SANDRO FRAGA LUIZ
[email protected]
