Mais do que uma simples mudança curricular, o Novo Ensino Médio representa uma virada cultural. Ao reconhecer o estudante como protagonista do próprio percurso, essa proposta reformula a maneira como se ensina e, principalmente, como se aprende. No Colégio Humboldt, esse movimento de transformação começou antes mesmo da obrigatoriedade legal, ainda em 2017, com reuniões entre professores que lançaram as bases de uma nova visão pedagógica. Em 2018, a matriz curricular passou por uma reformulação profunda e, a partir de 2021, o processo se intensificou com a participação ativa de alunos e famílias na construção coletiva desse novo modelo.
Na prática, a proposta se traduziu em um ensino mais personalizado, com maior espaço para escolhas e protagonismo estudantil. Disciplinas eletivas passaram a integrar a grade com mais peso, oferecendo aos alunos a possibilidade de seguir trilhas de conhecimento alinhadas aos seus interesses e projetos de vida. Metodologias ativas foram incorporadas ao cotidiano das aulas, transformando o aluno de receptor em agente ativo no processo de aprendizagem. Além disso, o componente ‘Projeto de Vida’ ganhou destaque, extrapolando os limites da orientação profissional para incluir temas como convivência, autoconhecimento e saúde emocional.
Esse enfoque tem como base um currículo mais aberto e integrado, que valoriza todas as áreas do conhecimento e se conecta com os múltiplos contextos em que os estudantes estão inseridos. “A palavra que melhor traduz essa experiência é flexibilidade — não apenas no sentido de permitir diferentes trilhas formativas, mas como prática constante de escuta, diálogo e mediação”, afirma Talita Marcília, coordenadora pedagógica do 9º ano e do Ensino Médio. Segundo ela, a verdadeira inovação está em sustentar um espaço onde o estudante é respeitado em sua singularidade e desafiado a construir, com autonomia, seu percurso formativo.
Como reconhecimento por essa trajetória, Talita foi convidada a compartilhar a experiência do Colégio Humboldt na 30ª edição da Bett Brasil, o maior evento de educação e tecnologia da América Latina. O convite reflete o protagonismo da instituição na implementação de um modelo educacional que, apesar de ainda estar em construção em todo o país, já apresenta avanços significativos em práticas pedagógicas, organização curricular e escuta ativa da comunidade escolar.
A proposta do Novo Ensino Médio ainda gera debates, ajustes e desafios, mas experiências como a do Humboldt demonstram que é possível avançar com consistência, mantendo o foco no desenvolvimento integral dos estudantes. O diálogo constante com professores, estudantes e famílias, aliado à abertura para a personalização das aprendizagens, tem feito da escola um exemplo prático de como a legislação pode ser traduzida em ações concretas e significativas.
Ao apostar na flexibilidade como valor central — não apenas na estrutura, mas na postura pedagógica — o Colégio Humboldt reafirma seu compromisso com uma educação contemporânea, humana e conectada aos desafios do século XXI. A jornada está em andamento, mas os primeiros passos já apontam para um caminho de inovação responsável, centrado nas necessidades reais de quem mais importa: o estudante.
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RAFAELLA COUTO GOMES
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