Promovida pelo Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul e Região (Simecs), a 5ª edição do Simecs Transforma foi realizada no dia 22 de maio, no UCS Teatro, em Caxias do Sul (RS), reunindo aproximadamente 650 participantes. O evento debateu temas como descarbonização, neoindustrialização e o olhar do setor industrial para a economia brasileira, entre outros tópicos.
Recepcionando os presentes, o presidente do Simecs, Ubiratã Rezler, agradeceu a patrocinadores, público presente e equipe pela realização da quinta edição do evento, que apontou como fonte de escuta e inspiração. “O objetivo é contribuir no dia a dia e na visão futura da indústria local”, afirmou, também citando projetos do sindicato, como a Escola do Amanhã.
Após, o mediador do painel “Perspectivas da neoindustrialização brasileira”, Ruben Bisi, vice-presidente de Relações Institucionais do Simecs, apresentou os debatedores José Velloso, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq); Claudio Sahad, presidente da Abipeças e do Sindipeças; Juliane Aére, Gerente de Operações na John Deere; e Angelin Adams, CEO da Saur.
Sahad contextualizou o plano de ação para neoindustrialização do Governo Federal, Nova Indústria Brasil (NIB), com investimento de R$ 507 bilhões em linhas de crédito até 2026. “A expectativa é reindustrializar o país com base em sustentabilidade, inovação, digitalização e inclusão social, para gerar empregos, redução da dependência do capital externo, recuperação do dinamismo econômico, ganhos de produtividade e expansão em mercados internacionais estratégicos”, observou. O palestrante citou as seis missões norteadoras, os eixos de atuação e os recursos disponíveis do projeto. Na sequência, Juliana abordou o setor agro enquanto cíclico e que pede um grande poder de adaptação ao longo dos anos. “Deve-se trabalhar fortemente nos gargalos e investir em tecnologia, lembrando que opções menores também podem trazer produtividade – que é essencial para manter um negócio forte”, disse. Ainda, a gerente sugeriu a busca por incentivos disponíveis e parceiros para já pensar no futuro, estando preparados para quando ele chegar. “Se cada um fizer sua parte, o ganho será maior.”
Em seguida, Velloso falou sobre a indústria de máquinas e equipamentos agrícolas, mencionando o cenário recente, referente ao primeiro trimestre de 2025, onde observa-se a tendência de um crescimento moderado. Segundo ele, entre os maiores desafios enfrentados pela indústria está a taxa de investimento baixa, principalmente automação. “País que não investe, não cresce. A produtividade vem do investimento no trabalhador e a inovação é chave para crescimento sustentado. Digitalização e Indústria 4.0 deixaram de ser tendência para ser condição básica”, declarou. Complementando o painel, Adams falou sobre a experiência da empresa Saur, que completa 100 anos em 2026. De acordo com ele, não é possível inovar sem educação de qualidade. “É necessário não somente pensar na educação a longo prazo, mas também agir, com investimentos em transformação digital e Inteligência Artificial”, apontou. Após, foi aberto um espaço para perguntas do público e para as considerações finais dos painelistas.
Na sequência, foi a vez do economista do Simecs, Igor Morais, pós-doutor em Inteligência Artificial (EUA), chefe de Economia na Vokin Investimentos e chefe de Ciência de Dados e Economia na Obra.ai, de soluções de algoritmos de IA, que abordou o tema “Visão econômica”. Munido de dados referentes ao mercado internacional, nacional e do Rio Grande do Sul, Morais falou sobre transformações no horizonte relacionadas com embate econômico e geopolítico, citando mudanças de investimentos e os mercados dos Estados Unidos, Europa e da China. “O mundo está se transformando do ponto de vista comercial”, resumiu. Ainda, falou sobre o modelo de consumo e o contexto atual do cenário econômico do Brasil, considerado saudável, mas que não parece corroborado pelo setor industrial. “A indústria passa por um bom momento, mas vivemos em um grande vai e vem na produção, então nada pode ser previsto nem a curto prazo.”
A palestra que encerrou o 5º Simecs Transforma foi com o Prof. Dr. Clóvis de Barros Filho, que trouxe o assunto “A vida que vale a pena ser vivida”. O filósofo começou mencionando o conceito de desejo, sendo uma força mobilizadora e constante para preencher um vazio, e fazendo uma relação com o mundo do trabalho, definindo como “absurda” a proposta de equivaler a vida pessoal e a profissional. Segundo ele, isso sugere que ambos sujeitos são diferentes, inclusive em seus valores. “O trabalho não é uma compensação para a felicidade. As metas profissionais, assim que são alcançadas, já abrem portas para mais outras. Assim, vamos de meta em meta com a promessa de sermos felizes. Nessa história de que a felicidade fica para amanhã eu não caio mais”, brincou o professor.
Ainda, o Simecs apresentou sua candidata ao concurso de Rainha e Princesas da Festa Nacional da Uva 2026, Caroline Stefan, que saudou os presentes e convidou para o evento. A organização do evento também divulgou as inscrições de projetos para o 31º Prêmio Gigia Bandera, nas categorias Jovem Empreendedor e Projeto Inovador.
O Simecs Transforma reúne empresários, lideranças, gestores e demais profissionais do setor, sendo alusivo ao Dia da Indústria (25 de maio). O evento teve promoção do Simecs, com patrocínio de Sicredi, Humana Saúde e Hyva; e apoio da Universidade de Caxias do Sul (UCS).
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MAIARA BACHI
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