Em um cenário corporativo cada vez mais dinâmico e interconectado, a capacidade de comunicar-se de forma eficaz tornou-se uma competência essencial para líderes empresariais. A busca por aprimoramento em oratória e expressividade tem ganhado destaque entre executivos brasileiros que reconhecem a importância de transmitir ideias com clareza, engajar equipes e representar suas organizações de maneira assertiva.
A Dra. Cristiane Romano, fonoaudióloga, mestre e doutora em expressividade pela USP, destaca que a comunicação estratégica é um diferencial competitivo no ambiente de negócios atual. "Líderes que dominam a arte de se comunicar estabelecem conexões mais profundas com suas equipes, promovem ambientes colaborativos e fortalecem a imagem institucional de suas empresas", afirma.
Segundo a especialista, a procura por treinamentos em oratória reflete uma mudança na percepção sobre o papel da comunicação na liderança. "A habilidade de expressar-se com clareza e empatia não é mais vista como um talento inato, mas como uma competência que pode e deve ser desenvolvida", observa.
A Dra. Romano ressalta que a comunicação eficaz vai além da eloquência. "Envolve escuta ativa, inteligência emocional e a capacidade de adaptar a mensagem ao público e ao contexto", explica. Ela enfatiza que líderes que investem no aprimoramento dessas habilidades estão mais preparados para enfrentar os desafios da gestão contemporânea, que exige transparência, adaptabilidade e influência positiva.
Apesar do crescimento no número de executivos que buscam capacitação em oratória, a realidade empresarial brasileira ainda revela um abismo entre o discurso e a prática. Embora a comunicação seja apontada como competência essencial para liderar com impacto, muitos profissionais ainda veem o desenvolvimento dessa habilidade como um luxo — reservado a cargos de alto escalão ou momentos específicos, como palestras e discursos públicos.
Para a Dra. Cristiane Romano, essa percepção é não apenas equivocada, como prejudicial. “A comunicação estratégica não é um adorno retórico, mas uma competência de sobrevivência corporativa. Em um mercado guiado por reputação, influência e engajamento, líderes que se comunicam mal perdem autoridade, espaço e oportunidades”, alerta.
Ela explica que o investimento em oratória deve ser democratizado e estendido a gestores de todos os níveis hierárquicos, inclusive aqueles em empresas de médio porte ou startups. “Comunicar com clareza e presença é tão importante quanto dominar ferramentas de gestão. Sem isso, até boas ideias correm o risco de não sair do papel.”
Segundo dados do relatório “Global Human Capital Trends” (Deloitte, 2024), 73% dos profissionais de RH afirmam que habilidades de comunicação eficaz são mais valorizadas hoje do que há cinco anos. No entanto, apenas 28% das organizações oferecem treinamentos regulares em oratória e expressão estratégica, o que evidencia uma lacuna significativa entre a valorização da competência e a sua implementação.
A Dra. Romano defende que essa mudança de mentalidade precisa ocorrer com urgência. “Empresas que tratam a comunicação como ferramenta acessória perdem competitividade. As que entendem seu valor como eixo central de cultura organizacional, inovação e liderança saem na frente.”
"A comunicação é a ponte entre a visão do líder e a realização das metas organizacionais", conclui a Dra. Romano. "Investir nesse desenvolvimento é investir no sucesso sustentável das empresas."
Sobre a Dra. Cristiane Romano
Fonoaudióloga, mestre e doutora em Expressividade pela USP. Especialista em Voz pelo CFFª - Conselho Federal de Fonodiaulogia e em Gestão Estratégica de Marketing pela PUC Minas. Formada em Business and Executive Coaching pela University of Ohio - EUA. É autora de diversos livros e artigos científicos nacionais e internacionais e atua na capacitação de líderes, famílias e educadores para o fortalecimento da comunicação, da escuta ativa e da inteligência emocional.
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PAULO NOVAIS PACHECO
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