ONG que defende acidentados critica Lula sobre linha de crédito para motociclistas
EMILLY ANDRADE
04/06/2025 07h48 - Atualizado há 1 dia
IStock
O presidente Lula, em uma entrevista realizada no Planalto do Palácio nesta terça-feira, dia 3 de junho, anunciou que o governo vai oferecer uma linha de crédito para entregadores de aplicativos poderem comprar motocicletas. A proposta tem por objetivo facilitar a inclusão de pessoas no mercado de trabalho e melhorar a economia do país. “A estratégia pode até ser bem avaliada pelo viés econômico, mas o Governo opta por não dar atenção para um problema muito maior que envolve os motociclistas. Eles são as principais vítimas de trânsito no Brasil, e não existe nenhum seguro que lhes dê algum amparo em casos de acidente”, diz Lucio Almeida, presidente do CDVT – Centro de Defesa das Vítimas de Trânsito. De acordo com o novo Atlas da Violência, estudo divulgado em maio pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), os sinistros com motos se tornaram a principal causa de mortes pelas vias do país, com 34,9 mil casos registrados em 2023, superando em 3% os casos registrados em 2022, que foi de 33,9 mil óbitos. “Ou seja, aumentar a frota de motociclistas sem antes pensar em medidas que possam reduzir esses números e sem uma oferecer um mecanismo que garanta uma assistência aos acidentados, já que muitos passam por um longo período de recuperação, afastados do trabalho e, consequentemente, sem nenhuma fonte de renda, é uma grande irresponsabilidade”, completa Almeida. O presidente da ONG, que atua em todo o território nacional, conta que no final de maio representantes da entidade estiverem em Brasília para apresentar para alguns deputados, senadores e ministros uma proposta de lei que obrigue as empresas de aplicativo contratarem seguro de vida para os motociclistas. “Abrimos essas conversas e esperamos avançar com isso, em breve.” Outra luta do CDVT é ainda pela volta das indenizações para todas as vítimas de acidentes de trânsito e a necessidade de criação de um seguro obrigatório popular. “Para isso, estamos discutindo como podemos instituí-lo com as Frentes Parlamentares de Vítimas de Trânsito e do Trânsito Seguro também”, conclui Lucio Almeida. Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
EMILLY SANTOS DE ANDRADE
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