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Filhos emocionalmente seguros: o maior presente que uma família pode oferecer

Psicóloga cognitivo-comportamental, Karine Brock, fala sobre a importância de validar emoções, praticar a escuta ativa e ensinar os filhos a lidarem com frustrações

AS
01/07/2025 05h33 - Atualizado há 1 dia
Filhos emocionalmente seguros: o maior presente que uma família pode oferecer
Comunicação Karine Brock
Em meio da correria diária, entre compromissos, notificações e responsabilidades, que parecem não dar trégua, muitos pais se perguntam: como posso criar um filho emocionalmente seguro neste mundo tão exigente? A psicóloga Karine Brock, especialista em terapia cognitivo-comportamental, responde com firmeza e afeto: é preciso parar, olhar e escutar. “Criar um filho emocionalmente forte não é proteger de todas as dores, mas sim dar ferramentas para que ele saiba lidar com elas. A criança precisa sentir, se frustrar, ouvir ‘não’, aprender a nomear o que sente e perceber que pode contar com os pais mesmo nos momentos difíceis”, explica.
Karine chama atenção para um comportamento comum: o excesso de proteção. Segundo ela, hoje em dia, muitos pais ‘passam a mão’ na cabeça da criança o tempo inteiro, impedem que ela sinta tristeza, raiva ou frustração. Mas, são justamente essas vivências que ensinam a lidar com o mundo real. Se a infância for totalmente acolchoada, a adolescência e a vida adulta virão com impactos emocionais graves.
Para a psicóloga, permitir que a criança se frustre é um gesto de amor. “É no enfrentamento do não que ela aprende a respirar fundo, a repensar um comportamento, a buscar novas formas de reagir. E tudo isso só acontece quando há conexão afetiva com os cuidadores”, destaca.

Essa conexão, afirma Karine, começa pela escuta ativa. “A criança precisa ser ouvida de verdade. Quando ela percebe que seu sentimento é reconhecido, cresce com autoestima, segurança e menos distorções cognitivas. Não basta dizer ‘estou ouvindo’ enquanto olha para o celular. É preciso parar, olhar nos olhos, repetir o que foi dito, validar”, alerta a especialista.
A psicóloga faz um alerta importante: validar não é ser permissivo. Ao contrário, ela explica que validar é dizer: ‘entendo que você está bravo, pode se sentir assim, mas não pode bater no irmão ou jogar coisas no chão’. É mostrar que o sentimento é legítimo, mas o comportamento tem limite. Já a permissividade é o oposto: é não colocar regra, deixar tudo passar. Isso confunde a criança e enfraquece seu senso de responsabilidade.
A invalidação emocional, por outro lado, pode ter efeitos devastadores. A profissional faz questão de alertar: “Frases como ‘isso é drama’, ‘você é burro’, ‘não sabe fazer nada direito’ vão direto na autoestima da criança. Ela começa a acreditar que o que sente é errado, que não é amada, que não tem valor. Cresce insegura, ansiosa e com dificuldades para lidar com qualquer tipo de emoção”.
A terapia cognitivo-comportamental oferece ferramentas simples e eficazes, que os pais podem usar no dia a dia. Um exemplo é o registro de pensamentos, que ajuda os adultos a identificarem suas próprias reações automáticas. “Muitas vezes o pai pensa ‘ele está me desafiando’, mas na verdade é uma criança tentando expressar algo que ainda não sabe nomear”, diz Karine.
Outras práticas importantes incluem o reforço positivo, a modelagem comportamental (ensinar habilidades sociais) e a comunicação assertiva. Tudo isso contribui para que a criança entenda melhor o que sente e aprenda a expressar isso de forma saudável.
Karine Brock reforça que não se trata de perfeição, mas de presença genuína. Ela enfatiza que cinco minutos de escuta verdadeira valem muito mais do que uma hora de cuidadores distraídos. Para pais e mães que desejam educar filhos mais seguros, empáticos e emocionalmente equilibrados, ela finaliza com um lembrete simples: “As crianças aprendem muito mais pelo que veem do que pelo que ouvem. Seja lá o que você deseja ensinar”.
 

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AMANDA MARIA SILVEIRA
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