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Projeto paranaense U L T R A S O N H O expõe um labirinto de memórias sonoras em novo álbum.

“Nós Nunca Vamos Morrer”é o terceiro álbum do Projeto Pioneiro de Hauntologia e Signalwave Brasileira.

DIEGO PESSOA
01/07/2025 20h58 - Atualizado há 13 horas
Projeto paranaense U L T R A S O N H O expõe um labirinto de memórias sonoras em novo álbum.
Autorretrato Artístico

U L T R A S O N H O, projeto idealizado pelo artista multidisciplinar paranaense Thomas Blum, é uma jornada audaciosa através de gêneros que desafiam categorizações fáceis. Termos sonoros recentes ou pouco conhecidos como Signalwave e Hauntology se fundem em uma colcha de retalhos sonoros lo-fis que transcende fronteiras entre o passado e o futuro. Utilizando técnicas de colagem, distorção e uma estética lo-fi radical, o projeto constrói narrativas a partir de fragmentos radiofônicos, melodias truncadas e texturas que oscilam entre o hipnótico e o perturbador. “Não se trata apenas de música, mas de uma arqueologia do efêmero, onde falhas de transmissão, estática e a deterioração de mídias obsoletas são elevadas à categoria de arte”, explica Thomas. 

"Nós Nunca Vamos Morrer" é o terceiro álbum do projeto, foi financiado pelo Programa Nacional de Apoio à Cultura Aldir Blanc (PNAB), via Prefeitura de São Mateus do Sul — cidade natal de Blum e protagonista invisível do álbum. A geografia sonora do município paranaense é tecida através de gravações da rádio local, entrevistas despedaçadas e comentários cotidianos, transformados em peças de um quebra-cabeça que evoca uma nostalgia não linear.

Cada faixa opera como um portal dissonante: refrões pegajosos emergem de camadas de distorção, apenas para serem engolidos por ruídos que simulam a degradação de uma fita esquecida”, complementa o artista. A produção, deliberadamente raw, cria uma tensão entre o reconhecível e o estranho, enquanto melodias de sintetizador se entrelaçam com interferências que parecem vir de um rádio sintonizado em estações paralelas.

Ao longo das 15 faixas do trabalho, perpassadas por synths, guitarras e samplers dos mais variados, que vão de falas de personagens famosos da TV, passando por estranhas vozes das rádios, somados a músicas de artistas mundiais, que foram emuladas e reinventadas em samplers que recriam e dão novos significados a todos os nomes que indiretamente aparecem ao longo do trabalho. O resultado é uma narrativa quase onírica, que hora beira um sonho bom e em outras parecem pesadelos, mesmo que sempre com ares alucinantes e alucinógenos.

O álbum funciona como um espelho quebrado para a cultura brasileira, refletindo não apenas o passado, mas seus futuros abortados. A escolha de usar recursos do PNAB — programa que ressignifica políticas públicas para a arte — dialoga diretamente com a proposta do projeto: reenquadrar o que foi descartado”, finaliza Thomas.

O álbum chega hoje em todos os serviços de streaming, além de download no bandcamp, através do selo indie digital brasileiro HC REC, braço do blog Hominis Canidae.
 

Ouça (de preferência de fones) ou baixe o trabalho clicando aqui
 

Acompanhe o projeto U L T R A S O N H O: instagram | Bandamp | SITE


 

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DIEGO ARAUJO PESSOA DE ALBUQUERQUE
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FONTE: Diego Pessoa
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