Idosos têm risco maior de complicações com gripe H1N1
No inverno, os casos de gripe aumentam; geriatra do Hospital Japonês Santa Cruz alerta para sintomas que precisam de atenção
VIVIANE BUCCI
03/07/2025 17h31 - Atualizado há 12 horas
Freepik
Com a chegada das temperaturas mais baixas, crescem os casos de gripe e, junto com eles, o alerta para a proteção dos idosos. Embora o vírus H1N1 não seja hoje o subtipo mais grave da influenza, ele ainda figura entre os responsáveis por hospitalizações e mortes, especialmente entre pessoas com saúde mais frágil.
De acordo com o Ministério da Saúde, até a 22ª Semana Epidemiológica de 2025 (encerrada em 31 de maio), o Brasil registrou 3.079 casos notificados de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) causados pelo vírus Influenza A (H1N1). O número já supera os 2.951 registros do mesmo período de 2024, indicando um aumento de aproximadamente 4,3% nas ocorrências da doença. Além disso, levantamento do InfoGripe, da Fiocruz, indica que a influenza A representa mais de 36% dos casos confirmados e está associada a 72,5% dos óbitos por infecções respiratórias.
“A gripe costuma ser mais perigosa para pessoas idosas, principalmente por uma questão imunológica. Com o passar dos anos, o sistema imunológico passa por um processo natural de enfraquecimento, chamado imunossenescência. Isso deixa o organismo mais suscetível a infecções e menos capaz de reagir de forma eficiente a vírus como o da gripe”, explica a geriatra do Hospital Japonês Santa Cruz, Dra. Sumika Mori.
Segundo a especialista, esse risco é ainda maior quando o idoso convive com doenças crônicas como diabetes, hipertensão ou doenças pulmonares. “Além disso, hábitos de vida pouco saudáveis, como sedentarismo, má alimentação ou estados emocionais fragilizados, podem enfraquecer ainda mais o organismo”, alerta.
A complicação mais comum e grave da gripe é a pneumonia, que pode ser causada pelo próprio vírus ou por bactérias oportunistas que se aproveitam do pulmão inflamado. Os sintomas, nesses casos, são mais intensos, como falta de ar, cansaço extremo, secreção pulmonar, baixa oxigenação e até insuficiência respiratória.
“Mas a gripe também pode piorar doenças que a pessoa já tem. Em pessoas com insuficiência cardíaca, renal, diabetes ou demência, o vírus pode descompensar o estado clínico e causar confusão mental, desidratação, picos de glicemia ou agravamento da função cardíaca e renal”, explica a geriatra. Há, ainda, complicações mais raras, como miocardite (inflamação no coração), encefalite (no cérebro) e rabdomiólise (nos músculos), todas com risco elevado de morte.
Prevenção é fundamental
Desde a pandemia de 2009, o H1N1 passou a integrar a composição da vacina anual contra a gripe. A cada temporada, a formulação é atualizada de acordo com as cepas que circularam no inverno anterior do hemisfério norte.
“O H1N1 está contemplado nas vacinas, assim como o H3N2”, afirma Dra. Sumika.
Embora o H3N2 seja, atualmente, o subtipo mais associado a internações e óbitos, todos os vírus influenza podem ser perigosos para os mais vulneráveis. Por isso, a recomendação é que todos se vacinem. “Todas as pessoas devem tomar a vacina de gripe, principalmente na faixa etária geriátrica e com frequência anual”, ressalta a médica.
Ela reforça que a imunização é segura para a grande maioria das pessoas, com exceção de casos específicos. “Só não deve ser aplicada em quem teve reação alérgica grave a uma dose anterior da vacina, quem está com febre alta, infecção importante no momento ou, em casos muito raros, quem teve síndrome de Guillain-Barré após a vacinação. Esses casos devem ser avaliados pelo médico.”
A vacinação contra a gripe segue ativa, com aplicação gratuita pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Até o dia 12 de junho, mais de 36,4 milhões de doses foram aplicadas, com cobertura vacinal de 38,43% entre o público prioritário (gestantes, crianças e idosos).
Fragilidade aumenta risco
Entre as pessoas mais velhas, é fundamental dar atenção especial aos idosos em situação de fragilidade. “Não é só a presença de comorbidades que preocupa, mas um estado geral de fragilidade, caracterizado por fraqueza, cansaço, inatividade física e emagrecimento. Esses são os mais suscetíveis a complicações causadas pelo vírus e, por isso, exigem cuidados redobrados”, pontua a geriatra.
Além da vacinação, o cuidado contínuo com a saúde é essencial. “É muito importante que essas pessoas estejam bem cuidadas do ponto de vista médico, com uso adequado de medicamentos e com as doenças devidamente controladas”, recomenda.
Também é importante evitar locais muito cheios ou o contato próximo com pessoas que apresentem sintomas gripais.
Sintomas variáveis
A gripe em idosos pode se apresentar de maneira diferente. “De fato, é comum que os idosos tenham manifestações atípicas. Quanto maior a fragilidade, menos evidentes podem ser os sinais”, explica a médica. Ainda assim, coriza, tosse, espirros, congestão nasal e lacrimejamento costumam estar presentes.
Outros sintomas, menos evidentes, também devem acender o sinal de alerta. “Em alguns casos, a gripe pode se manifestar com confusão mental, assim como acontece em outras infecções. A febre nem sempre está presente, mas se houver sintomas respiratórios e a pessoa apresentar um declínio no estado geral, como sonolência, falta de apetite ou ficar mais quieta e abatida, isso costuma chamar a nossa atenção”, salienta. Nesses casos, é importante procurar atendimento médico imediato.
Sobre o Hospital Japonês Santa Cruz
Inaugurado em 29 de abril de 1939, em São Paulo, com a missão de auxiliar os imigrantes japoneses e oferecer um atendimento médico-hospitalar de excelência no Brasil, o Hospital Japonês Santa Cruz (HJSC) se dedica a proporcionar uma vida melhor e mais saudável a toda população.
Com destaque nos serviços em oftalmologia, neurologia, ortopedia, cardiologia, entre outras especialidades, a instituição possui 165 leitos distribuídos entre apartamentos, enfermarias e UTI, complementada com uma unidade específica para o transplante de medula óssea. Anualmente, a entidade realiza mais de 1 milhão de atendimentos, em mais de 40 especialidades médicas e tem em sua estrutura dois pronto-atendimentos (geral e oftalmológico) e dois centros cirúrgicos (geral e oftalmológico), capacitados para atendimentos de alta complexidade. O Hospital Japonês Santa Cruz tem certificação da Organização Nacional de Acreditação (ONA II), que atesta a segurança e qualidade dos processos assistenciais e médicos.
De acordo com o Ministério da Saúde, até a 22ª Semana Epidemiológica de 2025 (encerrada em 31 de maio), o Brasil registrou 3.079 casos notificados de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) causados pelo vírus Influenza A (H1N1). O número já supera os 2.951 registros do mesmo período de 2024, indicando um aumento de aproximadamente 4,3% nas ocorrências da doença. Além disso, levantamento do InfoGripe, da Fiocruz, indica que a influenza A representa mais de 36% dos casos confirmados e está associada a 72,5% dos óbitos por infecções respiratórias.
“A gripe costuma ser mais perigosa para pessoas idosas, principalmente por uma questão imunológica. Com o passar dos anos, o sistema imunológico passa por um processo natural de enfraquecimento, chamado imunossenescência. Isso deixa o organismo mais suscetível a infecções e menos capaz de reagir de forma eficiente a vírus como o da gripe”, explica a geriatra do Hospital Japonês Santa Cruz, Dra. Sumika Mori.
Segundo a especialista, esse risco é ainda maior quando o idoso convive com doenças crônicas como diabetes, hipertensão ou doenças pulmonares. “Além disso, hábitos de vida pouco saudáveis, como sedentarismo, má alimentação ou estados emocionais fragilizados, podem enfraquecer ainda mais o organismo”, alerta.
A complicação mais comum e grave da gripe é a pneumonia, que pode ser causada pelo próprio vírus ou por bactérias oportunistas que se aproveitam do pulmão inflamado. Os sintomas, nesses casos, são mais intensos, como falta de ar, cansaço extremo, secreção pulmonar, baixa oxigenação e até insuficiência respiratória.
“Mas a gripe também pode piorar doenças que a pessoa já tem. Em pessoas com insuficiência cardíaca, renal, diabetes ou demência, o vírus pode descompensar o estado clínico e causar confusão mental, desidratação, picos de glicemia ou agravamento da função cardíaca e renal”, explica a geriatra. Há, ainda, complicações mais raras, como miocardite (inflamação no coração), encefalite (no cérebro) e rabdomiólise (nos músculos), todas com risco elevado de morte.
Prevenção é fundamental
Desde a pandemia de 2009, o H1N1 passou a integrar a composição da vacina anual contra a gripe. A cada temporada, a formulação é atualizada de acordo com as cepas que circularam no inverno anterior do hemisfério norte.
“O H1N1 está contemplado nas vacinas, assim como o H3N2”, afirma Dra. Sumika.
Embora o H3N2 seja, atualmente, o subtipo mais associado a internações e óbitos, todos os vírus influenza podem ser perigosos para os mais vulneráveis. Por isso, a recomendação é que todos se vacinem. “Todas as pessoas devem tomar a vacina de gripe, principalmente na faixa etária geriátrica e com frequência anual”, ressalta a médica.
Ela reforça que a imunização é segura para a grande maioria das pessoas, com exceção de casos específicos. “Só não deve ser aplicada em quem teve reação alérgica grave a uma dose anterior da vacina, quem está com febre alta, infecção importante no momento ou, em casos muito raros, quem teve síndrome de Guillain-Barré após a vacinação. Esses casos devem ser avaliados pelo médico.”
A vacinação contra a gripe segue ativa, com aplicação gratuita pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Até o dia 12 de junho, mais de 36,4 milhões de doses foram aplicadas, com cobertura vacinal de 38,43% entre o público prioritário (gestantes, crianças e idosos).
Fragilidade aumenta risco
Entre as pessoas mais velhas, é fundamental dar atenção especial aos idosos em situação de fragilidade. “Não é só a presença de comorbidades que preocupa, mas um estado geral de fragilidade, caracterizado por fraqueza, cansaço, inatividade física e emagrecimento. Esses são os mais suscetíveis a complicações causadas pelo vírus e, por isso, exigem cuidados redobrados”, pontua a geriatra.
Além da vacinação, o cuidado contínuo com a saúde é essencial. “É muito importante que essas pessoas estejam bem cuidadas do ponto de vista médico, com uso adequado de medicamentos e com as doenças devidamente controladas”, recomenda.
Também é importante evitar locais muito cheios ou o contato próximo com pessoas que apresentem sintomas gripais.
Sintomas variáveis
A gripe em idosos pode se apresentar de maneira diferente. “De fato, é comum que os idosos tenham manifestações atípicas. Quanto maior a fragilidade, menos evidentes podem ser os sinais”, explica a médica. Ainda assim, coriza, tosse, espirros, congestão nasal e lacrimejamento costumam estar presentes.
Outros sintomas, menos evidentes, também devem acender o sinal de alerta. “Em alguns casos, a gripe pode se manifestar com confusão mental, assim como acontece em outras infecções. A febre nem sempre está presente, mas se houver sintomas respiratórios e a pessoa apresentar um declínio no estado geral, como sonolência, falta de apetite ou ficar mais quieta e abatida, isso costuma chamar a nossa atenção”, salienta. Nesses casos, é importante procurar atendimento médico imediato.
Sobre o Hospital Japonês Santa Cruz
Inaugurado em 29 de abril de 1939, em São Paulo, com a missão de auxiliar os imigrantes japoneses e oferecer um atendimento médico-hospitalar de excelência no Brasil, o Hospital Japonês Santa Cruz (HJSC) se dedica a proporcionar uma vida melhor e mais saudável a toda população.
Com destaque nos serviços em oftalmologia, neurologia, ortopedia, cardiologia, entre outras especialidades, a instituição possui 165 leitos distribuídos entre apartamentos, enfermarias e UTI, complementada com uma unidade específica para o transplante de medula óssea. Anualmente, a entidade realiza mais de 1 milhão de atendimentos, em mais de 40 especialidades médicas e tem em sua estrutura dois pronto-atendimentos (geral e oftalmológico) e dois centros cirúrgicos (geral e oftalmológico), capacitados para atendimentos de alta complexidade. O Hospital Japonês Santa Cruz tem certificação da Organização Nacional de Acreditação (ONA II), que atesta a segurança e qualidade dos processos assistenciais e médicos.
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VIVIANE SOARES BUCCI
vivisoaresbucci@hotmail.com