Recuperar áreas de Caatinga degradadas ou em processo de degradação e introduzir ações de cunho produtivo em parceria com as comunidades é a base do Projeto Recaatingamento, que será executado em 20 comunidades rurais do sertão baiano.
O projeto já vinha sendo experimentado pelo Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada - Irpaa em onze comunidades no Território Sertão do São Francisco. Agora depois de um convênio celebrado com o Governo da Bahia, comunidades das regiões de Senhor do Bonfim e Jacobina, contempladas pelo Projeto Pró-Semiárido também serão beneficiadas.
O Pró-Semiárido é executado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), órgão da Secretaria de Desenvolvimento Rural do Estado da Bahia (SDR), cujos recursos são frutos de acordo de empréstimo contraído pelo governo do Estado junto ao Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA).
José Moacir dos Santos, colaborador do Irpaa, entidade que também presta assessoria técnica às famílias contempladas pelo Pró-Semiárido, diz que a primeira ação do projeto é isolar uma área coletiva que precisa ser recuperada. Nessa área, onde não há criação de animais, serão cultivadas plantas nativas ou adaptadas à Caatinga que também ajudam na recuperação do solo.
O plantio do umbu e a criação de abelhas que ajudam na polinização das plantas, são ações de preservação e de geração de renda propostas pelo projeto, que prevê ainda a introdução de tecnologias de aproveitamento da água de chuva, tão importantes para esse tipo de projeto em áreas de Caatinga.
Moacir comenta que as ações de preservação, como de produção nas áreas de Recaatingamento vão despertar o interesse das comunidades. “Imagine se a comunidade tem uma área onde não se produzia, e ai passa ter dentro em cinco anos, 100 pés de umbu produzindo e gerando renda, é o mesmo que ter uma roça de produção”, disse Moacir ao destacar também o resultado produtivo da criação das abelhas e produção de mel nas comunidades contempladas.
O então Secretário de Desenvolvimento Rural da Bahia no ato de assinatura do convênio, Jeandro Ribeiro, disse que a proposta do Recaatingamento é uma ação relacionada à Lei Estadual de Convivência com Semiárido, além de ser uma pauta apresentada por uma entidade que tem experiência no assunto. “É uma pauta que veio ao encontro da Convivência com o Semiárido e colocada como uma ação prioritária, e a gente nesse momento está confirmando isso”, declarou Jeandro.
Agência Chocalho
