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16/03/2019 às 16h11min - Atualizada em 16/03/2019 às 16h11min

Pesquisadores criam teste que detecta zika por R$ 1 em 1 hora

Exame é 40 vezes mais barato e cinco vezes mais rápido que o atual PCR e não apresenta reação cruzada para dengue, chikungunya e febre amarela

Foram utilizadas amostras de Aedes aegypti para o desenvolvimento do teste


Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) de Pernambuco desenvolveram um teste rápido e barato para detectar a zika. O teste custa R$ 1 e fornece o resultado em menos de uma hora.

O PCR, teste utilizado atualmente para esse fim, custa R$ 40 e o resultado é obtido em cinco horas. O estudo foi publicado nesta quinta-feira (14) na revista Nature.

A nova técnica, chamada de amplificação isotérmica mediada por alça (RT- Lamp), demostrou-se eficiente em amostras de mosquitos.

Foram utilizadas 60 amostras de mosquitos Aedes aegypti e Culex quinquefasciatus (o mosquito doméstico), infectados naturalmente ou em laboratório com os vírus da zika, dengue, febre amarela e chikungunya. A próxima etapa será testes em humanos.

A ferramenta não é restrita ao uso de laboratórios, como ocorre com o PCR. Pode ser utilizada na forma de kit rápido, pois não depende de equipamentos sofisticados, segundo o estudo.

O pesquisador Lindomar Pena, orientador da pesquisa, afirmou, em nota publicada no portal da Fiocruz, que a técnica é 10 mil vezes mais sensível que o PCR e, em alguns casos, foi capaz de detectar carga viral onde a PCR deu negativa.

Outra vantagem desse exame é que é específico para a zika, não apresentando reação cruzada com outras arboviroses, como dengue, chikungunya e febre amarela.

Teste será feito pela saliva ou urina

Depois que o projeto pioneiro foi desenvolvido, surgiram outras 15 propostas nesse campo. Segundo a Fiocruz, o diferencial desse trabalho é a simplicidade, pois dispõe de um pequeno número de etapas para o resultado final e baixo custo.

O teste consiste em macerar a amostra de mosquito e colocá-la em um tubo com o reagente. Depois de cerca de 20 a 40 minutos, se o líquido se tornar laranja, é negativo; caso se torne amarelo, há a presença do vírus zika.

Esse teste permitirá que mosquitos sejam coletados em campo e analisados no próprio local. Em humanos, ele poderá ser feito por meio de coleta da saliva ou de urina.

Ainda não há previsão de quando o teste estará disponível. “A expectativa é que a população possa utilizar esse método nos próximos anos”, declarou o pesquisador no portal da Fiocruz.

O diagnóstico da zika é clínico, realizado por um médico. O resultado é confirmado por meio de exames laboratoriais de sorologia e de biologia molecular, com o PCR. Esses exames estão disponíveis no SUS (Sistema Único de Saúde), segundo o Ministério da Saúde.

O PCR (Polymerase Chain Reaction) detecta o vírus nos primeiros dias da doença. Além dele, existem a sorologia zika IgM, que detecta anticorpos na corrente sanguínea na fase aguda da doença, e a sorologia zika IgG, que mostra se a pessoa já teve contato com o vírus na vida.

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