O caramujo-gigante-africano, Achatina fulica, é um molusco oriundo da África. Ele também é chamado de acatina, caracol-africano, caracol-gigante, caracol-gigante-africano, caramujo-gigante, caramujo-gigante-africano ou rainha-da-África.
Uma infestação de caramujos africanos deixa moradores da cidade de Serrolândia na Bahia, preocupados. Os bichos se espalharam por diversas ruas, terrenos baldios e quintais dos imóveis e as pessoas estão com medo de contrair doenças.
Vigilância foi avisada para tomar providências o mais rápido possível.
No bairro Tangará, uma moradora encontrou ovos dos bichos por todo terreno e teme que os animais se reproduzam de forma incontrolável.
"Há registro de um tipo meningite, que já chegou a Recife, e uma verminose que perfura o intestino, causando dor abdominal aguda", aponta.
O caramujo africano adulto é escuro e tem carapaça listrada. Cada um dos bichos põe até dois mil ovos por ano. A rapidez na reprodução é pelo fato de que eles não precisa de parceiro, são hermafroditas.
Sem predadores naturais, tal fator, aliado à resistência e excelente capacidade de procriação desse animal, permitiram com que esse caramujo se adaptasse bem a diversos ambientes, sendo hoje encontrado em 23 estados. Só para se ter uma ideia, em um único ano, o mesmo indivíduo é capaz de dar origem a aproximadamente 300 crias.
Além de destruírem plantas nativas e cultivadas, alimentando-se vorazmente de qualquer tipo de vegetação, e competir com espécies nativas – inclusive alimentando-se de outros caramujos; tais animais são hospedeiros de duas espécies de vermes capazes de provocar doenças sérias. Felizmente, não foram registrados casos em que essa doença, em nosso país, tenha sido transmitida pelo caramujo-gigante.
São elas:
- Angiostrongylus costaricensis: responsável pela angiostrongilose abdominal, doença que provoca perfuração intestinal, de sintomas semelhantes aos da apendicite;
- Angiostrongylus cantonensis: responsável pela angiostrongilíase meningoencefálica, de sintomas variáveis, mas muitas vezes fatal.
Tanto uma quanto outra ocorrem pela ingestão do parasita, seja pelo manuseio dos caramujos, ou ingestão destes animais sem prévio cozimento, ou de alimentos contaminados por seu muco, como hortaliças e verduras. Assim, é importante o uso de luvas ou sacolas de plástico ao manipular os caramujos, cozer antes se comer a sua carne, e desinfeccionar itens alimentares, lavando-os e deixando-os de molho de quinze minutos a meia hora, em aproximadamente uma colher de água sanitária para um litro de água.