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07/05/2019 às 11h16min - Atualizada em 07/05/2019 às 11h16min

Estudantes baianos desenvolvem método para tratamento de água



O trabalho de pesquisa de estudantes baianos da região de Ilhéus e Itabuna tem trazido resultados práticos quando o assunto é oferecer água de qualidade para a população. É o que revela o professor Franco Amado, da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), responsável pelo Laboratório de Materiais e Meio Ambiente (Lamma), que conta com pesquisas, como o Projeto Água Limpa Sempre. O projeto tem conseguido eliminar impurezas das águas baianas, como em casos nos municípios de Bom Jesus da Lapa, Ilhéus e Itabuna.

Responsável por iniciar as pesquisas entre os anos de 2000 e 2001, o professor Franco Amado explica que a máquina utilizada na Uesc pode tratar até dois mil litros por hora. “Se pensarmos que uma família de quatro pessoas utiliza 500 litros por dia, então uma máquina consegue tratar por hora o que quatro famílias consomem durante o dia”. Ele ressalta que atualmente não consegue tratar água de uma cidade inteira, mas de comunidades com 20 a 30 famílias.

Para maximizar o processo de tratamento da água, auxiliando, inclusive, a resolver problemas de contaminação em cidades baianas, o pesquisador afirma que é possível acoplar várias máquinas ou produzir uma maior. “Já existe sistema similar operando para tratamento de efluente, que é para tratar a água que sai das indústrias, como a de celulose. Podemos aumentar a escala da máquina para resolver esse tipo de problema”.

As pesquisas realizadas pelos estudantes da Uesc já tiveram resultados práticos no tratamento de água de poço no município de Bom Jesus da Lapa e na própria cidade de Ilhéus. “Em Bom Jesus da Lapa havia problema com excesso de flúor. Pegamos essa água e conseguimos tratar e remover o flúor da água. Outro problema que a gente resolveu foi na época da seca aqui na região, quando a água do mar estava invadindo o rio e deixando salobra a água para consumo”, lembra.

O investimento em pesquisas, como a desenvolvida pelos estudantes da Uesc, pode, segundo o professor Franco Amado, auxiliar a resolver um problema comum nas águas distribuídas para diversas cidades baianas, que é o acúmulo de agrotóxico. “Na Bahia, nós conseguimos desenvolver pesquisa de ponta, com pouco de recurso, sem precisar importar soluções. O agrotóxico pode ser totalmente cancerígeno, então é um risco grande para a população. Teríamos que conhecer melhor cada caso, mas podemos tratar esse problema sim”. 

Método água limpa

A máquina utilizada no Projeto Água Limpa Sempre funciona pelo método de separação por membranas (PSM) através de eletrodiálise. São alternativas de tratamento para remover contaminantes críticos e permitir a produção de água potável e para tratar efluentes (industriais e domésticos) e produzir água com qualidade para reuso. Entre os PSM, as membranas de filtração com diferentes tamanhos de poros, permitem remover desde sólidos e sais dissolvidos até metais, microrganismos e vírus, pela aplicação de um gradiente de pressão, de forma a produzir uma corrente de permeado (tratada) e outra de rejeito (concentrada). A eletrodiálise é uma alternativa que utiliza membranas íon-seletivas ao invés de porosas, que são capazes de separar os contaminantes quando se aplica corrente elétrica, resultando em um grande volume de água tratada (diluído), e um volume menor, concentrado de contaminantes.

Fonte: Ascom/Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti).

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