Uma ligação clandestina que desviava cerca de 40 mil litros de água tratada por dia da rede de distribuição da Empresa Baiana de Água de Saneamento (Embasa) na zona rural de Barreiras (a 858 km de Salvador) foi descoberta no início deste mês.
De acordo com a empresa, a água desviada era utilizada por 25 famílias e essa quantidade é suficiente para abastecer 80 famílias/dia.
A abordagem recente foi a quinta que a Embasa realizou no mesmo ponto, na rede distribuidora que fica na margem da BA 447, na saída de Barreiras para Angical.
A rede abastece os povoados de Riachinho, Nanica e Barreiras Norte, comunidades que vinham reclamando constantemente de falta d'água, o que levantou as suspeitas dos técnicos da empresa para a reativação da ligação ilegal.
Conforme o gerente regional da Embasa, Francisco Araújo Andrade, diariamente eram disponibilizados cerca de 60 mil litros de água para abastecer o povoado de Barreiras Norte.
“No entanto, somente 20 mil litros de água por dia estavam abastecendo os imóveis devidamente cadastrados na Embasa, sendo que o restante da água estava sendo desviada”.
Teste de cloro identifica origem da água que chegava às casas por essa tubulação
Ação conjunta
A operação que flagrou a ligação clandestina contou com apoio na segurança de prepostos da Polícia Civil. Algumas pessoas encontradas no local foram intimadas até a delegacia da Polícia Civil, que abriu inquérito para identificar os responsáveis pelo crime de furto.
Em depoimento no complexo policial, um dos moradores revelou que a rede clandestina custou cerca de R$ 14 mil. O valor teria sido rateado entre os usuários para levar a água até as suas casas.
Depois do flagrante, técnicos da Embasa retiraram a rede clandestina, com o objetivo de dificultar a ação irregular.
Em um dos imóveis foram encontrados um grande reservatório e um carro-pipa, levantando a suspeita de venda irregular de água.
Recuperar perdas
Dos 9.291.074 metros cúbicos de água distribuída em Barreiras no ano passado, 29,1% foram perdidos, de acordo com a gerência local. Não só com furto nas ligações clandestinas, mas também com vazamentos e fraudes nos hidrômetros.
Em 2016, a empresa identificou mais de 40 ligações clandestinas, com furto de água na rede distribuidora. Quatro vezes no mesmo local que foi identificado novamente este ano na margem da BA 447.
No residencial Cidade Nova foram retirados 31 “gatos” e sete na rede que abastece o Distrito Industrial e o Residencial São Francisco.
Com a operação que descobriu a ligação clandestina na margem da BA 447, a empresa iniciou uma campanha que irá se estender durante o ano de 2017, para intensificar as ações que diminuam estas perdas. Duas equipes foram contratadas para reforçar o trabalho.