O ano é 1974. Ano em que foi criada a Diretoria de Audiovisual – DIMAS, vinculada à da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Dimas/Funceb), um primeiro passo para o estabelecimento das políticas públicas para esta que é uma importante área que movimenta a economia estadual e nacional – o Audiovisual.
A Dimas tem esta responsabilidade e vem fortalecendo-a ao longo destas décadas - pensar, planejar e executar, em diálogo permanente com agentes da área, estas políticas. Em 2019, um grande passo se deu no sentido de melhor acolher e preservar sua memória - a Diretoria saiu do Complexo da Biblioteca dos Barris e ganhou nova sede na Rua do Tijolo, nº 14, no Pelourinho. A mudança visou atender à demanda de preservação e melhoria na salvaguarda do acervo da Cinemateca da Bahia, antes intitulada Núcleo de Memória da Dimas.
Com a mudança, em abril, a DIMAS abriu ao público as portas de sua nova Cinemateca da Bahia, que preserva obras raras do Audiovisual do estado com cerca de 10 mil itens como películas cinematográficas, DVDs, cartazes, fotografias, revistas, catálogos, livros e roteiros do cinema baiano, brasileiro e estrangeiro. Em sua política preservação, mas pensando em ampliar este acervo, a comemoração de 45 anos inclui o lançamento de uma campanha, abrindo espaço para doação e colaboração do público baiano.
Difusão & Fomento
Um dos pilares da Dimas é a difusão do cinema baiano, criando novas janelas de exibição e acesso do público às obras através do Núcleo de Apoio a Difusão (NAD). A exemplo do Circuito Luiz Orlando de Exibição Audiovisual que já levou a produção cinematográfica baiana a quase 9 mil espectadores de 85 municípios do estado, de novembro de 2018 a junho de 2019; as salas Alexandre Robatto, que abriga eventos como palestras, cursos e oficinas direcionadas a área do cinema; e a Walter da Silveira, um espaço de exibição na cidade com sessões gratuitas, que de fevereiro a julho de 2019 recebeu mais de 1.100 espectadores em 165 sessões, exibindo cerca de 150 títulos.
"A Ancine a ponto de não existir e a gente no estado com uma estrutura que existe em prol do audiovisual há 45 anos. Não quero aqui ressaltar apenas as ações recentes, quero falar para quem está lá fora. O cinema baiano no contexto nacional foi o primeiro a conseguir de falar de si, das suas verdades, paisagens e pessoas. Quem deflagrou esse pensamento nordestino,arraigado, preocupado com as desigualdades locais; quem pautou as guerras internas, a problemática da seca, as questões econômicas; quem instalou isso do regional, na perspectiva audiovisual, foi a Bahia. O que é de valor para Bahia, o estado acompanha por meio de política pública. A gente conseguir consolidar uma estrutura do estado que defende isso, porque defende o cinema, é para comemorar. Então nossa programação vai articular e tentar abarcar todos que estão na cadeia do audiovisual, que é uma cadeia grande e complexa", frisou Renata Dias, diretora geral da Funceb.
Em sua atuação ao longo dos anos, a Dimas buscou o fomento e apoio à produção audiovisual baiana. Em abril de 2019 foi lançado o Edital Setorial Audiovisual, em andamento, com aporte de R$ 20 milhões, sendo R$ 15 milhões oriundos do Fundo Setorial Audiovisual (FSA) da Agência Nacional de Cinema (Ancine), gerido pela Funceb.
“Comemorar o aniversário da Dimas é celebrar a memória do audiovisual baiano. A Bahia é um dos poucos estados que mantém 40 anos de política pública voltada para o audiovisual, e que apesar de todas as dificuldades e obstáculos ao longo dos anos, permanece viva e com 45 anos de história”, diz a Diretora de Audiovisual da Funceb, Daniela Fernandes.
Celebração
A programação dos 45 anos da Dimas inclui mostras de filmes baianos, nacionais e internacionais; encontros sobre o mercado audiovisual; lançamento de chamadas públicas; encontro de gestores; curso de gestão de acervo audiovisual; e produção do Catálogo de Audiovisual da Bahia compõem o leque de atividades até dezembro, que serão divulgadaswww.fundacaocultural.ba.gov.br.
Funceb traz para Salvador a escritora e historiadora pernambucana Micheliny Verunschk para o Escritas em Trânsito
Inscrição online e gratuita acontece de 14 a 25 de agosto. Oficina acontecerá em setembro no Teatro Castro Alves
A reabertura do projeto Escritas em Trânsito 2019 traz a célebre escritora Micheliny Verunschk, e sua forma de “Narrar - Oficina de Reflexão e Escrita”, de 11 a 13 de setembro, das 14h às 18h, no Teatro Castro Alves. A atividade é uma realização da Coordenação de Literatura da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb) e oferece 30 vagas, com inscrições gratuitas que vão de 14 a 25 de agosto.
Com base em textos ficcionais do gênero conto, a oficina “Narrar - oficina de reflexão e escrita” tem como proposta analisar textos narrativos da literatura brasileira e internacional aliada ao exercício da escrita criativa com objetivo de formar e aproximar leitores e escritores. Trabalhos de Calvino, Elena Ferrante, Margaret Atwood e James Wood serão abordados na oficina.
Romancista, poeta, historiadora e professora, Micheliny Verunschk teve seu primeiro livro, “Geografia Íntima do Deserto”, indicado ao Prêmio Portugal Telecom de Literatura. Em 2015, ganhou o Prêmio São Paulo de Literatura na categoria estreante, com o livro “Nossa Teresa - vida e morte de uma santa suicida”.
Micheliny publicou também os livros "O observador e o Nada", "A cartografia da noite", "B de Bruxa: Bonnus bonnificarum", "Aqui, no coração do inferno", "O peso do coração de um homem" e "Maravilhas banais"; e tem trabalhos publicados na França, Portugal, Espanha, Canadá e Estados Unidos.
Vagas
Visando ampliar a possibilidade de participação de artistas da palavra do interior do estado, o projeto Escritas em Trânsito, em 2017, reservou quatro vagas para artistas da palavra do interior; em 2018 foram reservadas seis vagas. Neste ano, das 30 vagas totais, 12 serão reservadas para pessoas do interior, priorizando duas de cada macroterritório. Para estes, a Funceb irá custear o transporte e fornecerá hospedagem no Pouso das Artes, no Pelourinho.
Serviço:
Escritas em Trânsito com Micheliny Verunschk
Inscrições: 14 a 25 de agosto de 2019, através do site www.fundacaocultural.ba.gov.br
Oficinas: 11 a 13 de setembro de 2019, das 14h às 18h
Local: Teatro Castro Alves (Largo Dois de Julho, s/n, Salvador – BA)
Vagas: 30 vagas, sendo 12 reservadas para pessoas do interior do estado, priorizando duas de cada macroterritório
Gratuito