Uma menina de 6 anos foi atacada por um pit bull na frente da casa onde mora, na cidade de Ipiaú, no sul da Bahia, na terça-feira (29). Emelly Vitória voltava da escola quando foi surpreendida pelo animal, que pertence ao vizinho da família da garota e fugiu de casa no momento em que ela passava na porta do imóvel.
Segundo o pai da vítima, Nelson Lopes, a menina foi mordida no pescoço e no braço direito, e, por causa dos ferimentos, precisou passar por três cirurgias. Um dos procedimentos, segundo ele, foi para reconstruir as fibras do braço da garota.
A menina está internada no Hospital Manoel Novaes, na cidade vizinha de Itabuna, e tem a mãe como acompanhante. Porém, o primeiro atendimento foi dado pelo pai, que é socorrista do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Ilhéus.
Nelson Lopes estava em casa quando a filha foi mordida e foi chamado pelo outro filho, de 10 anos, que presenciou o ataque. O socorrista conta que precisou apertar o pescoço do cachorro para que ele largasse a menina. Antes de Nelson chegar, foi um homem que passava no local que ajudou a criança.
"Tinha um rapaz de bicicleta passando. Ele jogou a bicicleta e foi ajudar. A primeira mordida foi no pescoço, depois desceu para o braço. O pessoal batendo, ele [o cachorro] ficou mais nervoso. Quando eu cheguei, eu tive a iniciativa de apertar a garganta dele. Se eu não chegasse na hora ele iria arrancar o braço dela".
Ainda segundo Nelson, não é a primeira vez que uma criança é atacada pelo animal na rua. Ao menos outros dois casos já teriam ocorrido antes.
"O dono do animal falou que vai ajudar com o que precisar. A gente tem amizade, mas vem falando que poderia ocorrer alguma coisa pior, como já aconteceu".
A situação foi registrada na delegacia da cidade. Segundo o delegado Rodrigo Fernando, titular da unidade policial, familiares, testemunhas e o dono do cachorro já foram ouvidos. A vítima deverá prestar depoimento após receber alta.
De acordo com o titular, o proprietário do pit bull pode ser indiciado por lesão corporal culposa.
"Fizemos perícia na casa, constatamos que não tinha maus-tratos ao animal. Infelizmente foi uma fatalidade e houve negligência. Tem que ter mais cuidado com esses animais", disse o delegado.