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28/08/2020 às 21h29min - Atualizada em 28/08/2020 às 21h29min

Licuri se consolida na Bahia com qualificação e valorização da produção

O segmento é o maior produtor de licuri do país, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

Por: David Santos
Fonte: Secom Ba
Foto: Divulgação
Com qualificação e diversificação da produção, o sistema produtivo do licuri se destaca como importante fonte de geração de renda para a agricultura familiar da Bahia. O segmento é o maior produtor de licuri do país, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
 

São inúmeros os produtos oriundos do licurizeiro. Do licuri in natura, cozido, salgado, sem sal ou caramelizado, à farinha, o azeite/óleo, biscoitos, cocada, cerveja, balas, cosméticos e uma diversidade de peças de artesanato, a atividade vem sendo qualificada com os investimentos do Governo do Estado, que promovem melhores condições de trabalho, além de agregar valor aos produtos.
 
A Cooperativa de Produção da Região do Piemonte da Diamantina (Coopes) é uma das organizações da agricultura familiar que dão exemplo de agregação de valor ao coquinho do sertão. O fruto, processado pela cooperativa, dá lugar ao licuri salgado, sem sal ou caramelizado, ao azeite, biscoitos, doces, artesanatos. A amêndoa é um ingrediente valioso na fabricação para cosméticos pela fábrica L’Occitane au Brésil. Em 2019, a cooperativa teve um faturamento de R$ 429,7 mil.
 
São 225 famílias de cooperados, sendo 80% mulheres, de 30 comunidades, dos municípios de Quixabeira, Capim Grosso, São José do Jacuípe, Correntina, Jacobina, Mairi, Morro do Chapéu, Nordestina, Piritiba, Serrolândia, Várzea da Roça e Várzea do Poço. As ações realizadas na Coopes geram impacto na vida de cerca de mil famílias.
 
“A Coopes celebra, nestes últimos 15 anos de luta, a vitória no protagonismo feminismo no Semiárido baiano, na geração de renda de famílias em vulnerabilidade social, com avanços tecnológicos no extrativismo do licuri, com preservação cultural e ambiental do licurizeiro e ações de preservação da Caatinga, bem como o fortalecimento do cooperativismo na Bahia”, ressalta Francelma Lima, 32 anos, presidente da Coopes.
 
Os recursos estão sendo aplicados em infraestrutura para armazenamento e equipamentos, implantação de uma unidade de beneficiamento, aquisição de câmara fria, kit colheita de licuri para 40 famílias, identidade visual, painel solar, um caminhão com capacidade para 14 toneladas, uma moto, um veículo utilitário. São aplicados recursos também em assistência técnica e extensão rural (Ater) e apoio à gestão do empreendimento.
 
As transformações do licuri
 
O licuri também tem transformado a vida das famílias ligadas à Cooperativa Regional de Agricultores Familiares e Extrativistas da Economia Popular e Solidária (Coopersabor), onde o beneficiamento do fruto resulta em produtos como azeite de licuri, artesanatos de palha de licurizeiro, balas de licuri, biscoitos, geleias e até cerveja.
 
O presidente da Coopersabor, Charles Costa, destaca que o diferencial da cooperativa é a maneira extrativista com que é realizado o processo de coleta, baseado nos princípios da economia solidária, além da comercialização em rede. “A cooperativa preza por um alimento limpo, livre de agrotóxicos, insumos químicos ou conservantes, buscando, por meio do manejo adequado, um padrão de qualidade, que faça com que o tempo de prateleira seja mais duradouro, pensando sempre em um produto mais saudável para os consumidores, produzido de forma consciente e sustentável”.
 
Por meio da Associação Comunitária Terra Sertaneja (Acoterra), filiada da Coopersabor, o governo estadual está investindo R$ 1,7 milhão, via projeto Bahia Produtiva. Os recursos estão sendo aplicados na implantação de uma Unidade de Beneficiamento e Produção do Óleo do Licuri, com equipamentos, a exemplo da máquina despeladeira, responsável pela separação do pelo e da casca do licuri.
 
O pelo será utilizado em ração para animais e, depois que passar pela máquina, os 50% de casca, que ficam de resíduo, antes descartados, serão destinados a uma fábrica de cimento de Campo Formoso, para a utilização nos fornos, substituindo a lenha de madeira.
 
Memória afetiva
 
O licuri faz parte da memória afetiva de muitas pessoas, que desde a infância tiveram o primeiro contato com a sua crocância e sabor marcante. Esse é caso da chef de cozinha Lisiane Arouca, proprietária, em parceria com o chef de cozinha Fabrício Lemos, dos restaurantes Origem, Ori e Bar Gen, da capital baiana.
 
Lisiane relata que era uma meta resgatar produtos desconhecidos ou esquecidos na capital, e o licuri era um deles. “Usamos de formas bem diferentes, em pratos salgados ou sobremesas, tanto seco quanto in natura e sempre foi muito bem aceito. Uma das principais receitas é a de um sorvete de umbuzada, coberto com um crocante de licuri e um licuri doce, que é entregue como lembrança para os clientes do restaurante, inclusive de outros países”, explica.
 
Onde comprar
 
Os produtos das cooperativas podem ser adquiridos por meio de plataformas digitais como www.escoarbrasil.com.brbalcao.online/coophub www.instagram.com/tupinamba.bahia/. Além das estratégias de divulgação online, por meio das redes sociais, as negociações com antigos e novos clientes começam a ser retomadas, depois do início da pandemia.
 
Os produtos da Coopersabor podem ser adquiridos também em lojas como as da Rede Monte Sabores, em Monte Santo, na loja da Central da Caatinga, em Juazeiro, na loja do Posto da Vovó, na BR 324, e nas lojas da Cesol, no Salvador Norte Shopping, em Salvador, entre outras. Para mais informações, entrar em contato pelo número: (75) 99125-2363.
 
 

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