20/04/2017 às 16h23min - Atualizada em 20/04/2017 às 16h23min
Procuradoria-Geral da República pede retorno de goleiro Bruno à prisão
Rodrigo Janot solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a revogação da decisão que libertou goleiro. Bruno foi solto graças a liminar concedida por Marco Aurélio Mello
Reprodução Gil Bahia
Por Globo Esporte.com Varginha, Minas Gerais
O retorno de Bruno aos campos corre risco de ser abreviado. Nesta quarta-feira, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a revogação da decisão que liberou o goleiro da prisão. Bruno foi solto em fevereiro deste ano por uma liminar concedida pelo ministro Marco Aurélio Mello, que entendeu que o jogador poderia aguardar em liberdade enquanto o caso não é julgado em segunda instância. Em março, ele assinou com o Boa Esporte, de Varginha (MG), e na última quarta-feira, conquistou sua primeira vitória em sua volta ao futebol profissional.
Bruno foi preso em 2010 e, três anos depois, condenado a 22 anos e 3 meses de prisão pelo assassinato e ocultação de cadáver de Eliza Samudio e por sequestro e cárcere privado do filho Bruninho. Janot argumentou que o processo está demorando para ser analisado na segunda instância em razão de recursos apresentados pela própria defesa, que estariam postergando o julgamento.
O caso estava inicialmente com o ministro Teori Zavascki, morto em um acidente aéreo em janeiro. Por se tratar de uma medida de caráter urgente (pedido de liberdade a alguém preso sem condenação definitiva), a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, havia encaminhado o caso ao ministro Marco Aurélio Mello, que determinou a soltura de Bruno. No entanto, com a chegada de Alexandre de Moraes para a vaga de Zavascki, o novo ministro herdou a maioria dos processos, incluindo o de Bruno. O habeas corpus do goleiro está na pauta da Primeira Turma do STF da sessão da próxima terça-feira.
Em nota, o advogado Lúcio Adolfo, que representa Bruno, afirmou que não contribuiu para a demora do processo e que cumpriu todos os prazos previstos em lei. O defensor questionou o entendimento do procurador sobre o andamento processual.
"Se não causa espanto ao procurador a demora de mais de quatro anos para não julgar uma apelação quando Bruno Fernandes estava preso, a este advogado causa espanto a subida aceleração quando ele foi solto", afirmou. A defesa destacou ainda que, após a liberdade, Bruno não colocou em risco a ordem pública e começou a trabalhar imediatamente.
Bruno é absolvido em processo por corrupção de menor Nesta quarta-feira, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG) manteve a absolvição de Bruno pelo crime de corrupção de menor. A decisão do TJ-MG mantém a sentença da juíza Marixa Rodrigues que absolveu, em 2011, os réus envolvidos no em referência à participação do primo do goleiro, Jorge Luiz Rosa, na época com 17 anos, que confessou ter participado do sequestro e cárcere privado de Eliza Samúdio.
Os réus envolvidos no caso Eliza Samudio são Bruno Fernandes; Luiz Henrique Romão, o Macarrão; Marcos Aparecido dos Santos, o Bola; Dayanne Souza; Wemerson de Souza, o Coxinha; Fernanda de Castro; Elenilson Vitor da Silva e Sergio Rosa Sales, que morreu assassinado em 2012.