Partindo da prerrogativa de que há lacunas na formação administrativa de diretores de escola da rede estadual de educação de Minas Gerais, o mestrando Eduardo Santos Araújo pesquisou formas de preencher os espaços encontrados. Os resultados deste trabalho foram apresentados pelo acadêmico na dissertação “Gestão escolar na Rede Estadual de Minas Gerais: desafios da formação administrativa do diretor.” A defesa aconteceu na última quinta-feira, 22, no Programa de Pós-Graduação em Gestão e Avaliação da Educação Pública.
De acordo com a pesquisa, 70% das atribuições do diretor são administrativas e, nesse contexto, as formações para diretor existentes atualmente são muito mais de cunho pedagógico. “Fomos a campo para fazer essas averiguações junto aos diretores e as suposições iniciais foram confirmadas. Pesquisamos especificamente a Superintendência Regional de Ensino Metropolitana B – MG, que é dividida em 47 superintendências; e a B é a maior do estado com 210 escolas jurisdicionadas a ela.”
Para a realização do estudo, Eduardo Araújo optou pela metodologia qualitativa. Foram entrevistados 13 diretores escolares estaduais de Ibirité e a diretora da Diretoria Administrativa e Financeira (DAFI). Além disso, foram aplicados 146 questionários aos diretores da Superintendência Regional de Ensino (SRE) Metropolitana B.
A partir dos resultados alcançados, o pesquisador criou um Plano de Ação com a proposta de amenizar os problemas na formação do diretor. “O primeiro ponto específico no Plano de Ação é a criação de um núcleo de formação e acompanhamento dos professores da Superintendência. Caberia ao diretor da SRE designar no mínimo dois servidores, sendo um deles da diretoria administrativa e financeira dentro da instituição. Esses servidores formariam um núcleo dentro da superintendência e seriam exclusivamente responsáveis por acompanhar a formação dos diretores. Outra ação é a criação da FAFIC, que é uma formação continuada e cíclica para os diretores, que aconteceria, em sua maioria, no mês de janeiro – pois é o mês que as escolas estão sem aula – e com previsão de formação até o meio do ano letivo, de maneira que, no final do processo, ele tenha uma visão panorâmica de todo o administrativo da escola e esteja preparado para fazer todos os trâmites administrativos escolares” destaca Eduardo Araújo.
Segundo o mestrando, a principal contribuição do estudo é a melhoria da educação das escolas estaduais. “A formação substancial do diretor pode gerar frutos e desembocar numa educação de maior qualidade para os alunos.”
Para o professor orientador, Victor Cláudio Paradela Ferreira, o trabalho é de extrema importância, tanto para a comunidade acadêmica quanto para a Secretaria Estadual de Educação. “O estudo aborda um tema de grande relevância, pois os educadores não necessariamente tem uma educação em gestão e um diretor de uma escola precisa ter competências de gestão. Então, o Eduardo demonstra com clareza essa necessidade e oferece uma proposta concreta para tentar ao menos minimizar o problema, isso é de grande valia.”
Contatos:
Eduardo Santos Araújo (mestrando)
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Victor Cláudio Paradela Ferreira (orientador – UFJF)
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Banca Examinadora:
Prof. Dr. Victor Cláudio Paradela Ferreira (UFJF)
Profª. Drª. Liamara Scortegagna (UFJF)
Prof.Dr. Ricardo Thielmann (UFF)
Outras informações: (32) 4009-9319 – Programa de Pós-Graduação em Gestão e Avaliação da Educação Pública