O Perigo do Linchamento Virtual
Quando a Justiça é Substituída pelo Tribunal das Redes
CARINA GONçALVES
14/02/2025 21h22 - Atualizado há 1 mês
Divulgação
Por: Larissa Gontino e Carina Gonçalves O fenômeno do linchamento virtual tem se tornado um problema social grave e recorrente. Com a ascensão das redes sociais, qualquer pessoa pode ser exposta e julgada sem provas concretas, tendo sua vida destruída em questão de horas. O caso recente da mulher que não cedeu seu assento no avião para uma criança e foi brutalmente atacada nas redes, assim como a mãe da criança, é um exemplo alarmante dessa prática perigosa. Enquanto ambas foram alvos de agressões verbais, ameaças e exposição pública, a pessoa que filmou e publicou a situação saiu impune, sem enfrentar as consequências de suas ações. Esse tipo de julgamento virtual acontece quando discursos inflamados e depoimentos sem embasamento são tomados como verdade absoluta, levando a ataques que podem resultar em graves consequências psicológicas, sociais e até físicas para os envolvidos. Não é incomum que vítimas de linchamento virtual enfrentem depressão, transtornos de ansiedade e, em casos mais extremos, até mesmo atentem contra a própria vida. Casos como o da Escola Base, acusada injustamente de maus-tratos e outros crimes apenas com base em boatos. Também, temos o caso do jovem taxista confundido com um criminoso e linchado, mostram o quão perigoso é julgar sem provas. A participação nesse tipo de ataque pode configurar diversos crimes previstos no Código Penal, como calúnia (art. 138), difamação (art. 139) e injúria (art. 140). Além disso, ameaças diretas ou veladas podem levar a enquadramentos mais severos, incluindo a Lei do Stalking (Lei 14.132/2021) e crimes contra a honra. O que muitas pessoas não percebem é que, hoje, podem estar no papel de algozes, mas amanhã podem se tornar vítimas desse mesmo mecanismo destrutivo. A cultura do cancelamento e do linchamento virtual não seleciona alvos com critérios justos; qualquer um pode ser exposto e atacado por interpretações equivocadas, edições mal-intencionadas de vídeos ou mesmo por fake news. É fundamental que, antes de qualquer julgamento precipitado, as pessoas busquem entender os fatos, ouvir os dois lados da história e, principalmente, evitar disseminar ódio gratuito. A empatia, a responsabilidade na comunicação e o respeito às evidências são essenciais para evitar que injustiças sejam cometidas. O que pertence à esfera judicial deve ser tratado na justiça, e não em tribunais improvisados nas redes sociais, onde a busca por likes e engajamento frequentemente atropela a ética e o respeito ao próximo. Colocar-se no lugar do outro, compreender as entrelinhas de uma situação e agir com discernimento pode evitar que a internet se torne um palco para espetáculos cruéis. Afinal, linchamentos virtuais não são justiça, não representam vozes sábias e muito menos servem como lição para quem quer que seja – são apenas a face digital da barbárie moderna. E fica o alerta, que você, prezado leitor, participante ou não de atos barbares na esfera digital, não se torne o próximo alvo, pois tudo que vai, volta como bumerangue. Assim como o ditado popular: a lei do retorno também é válida, tarda, mas não falha! Plantamos e colhemos cada semente do passado e do presente. Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
CARINA GONÇALVES SANCHES RAMOS
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FONTE: Larissa Gontino e Carina Gonçalves