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Revolução no mercado financeiro: transparência da CVM e regulamentação do Banco Central vão transformar 2025

Por Cassio J. Krupinsk, CEO da BlockBR

NB PRESS
18/02/2025 17h01 - Atualizado há 1 dia
Revolução no mercado financeiro: transparência da CVM e regulamentação do Banco Central vão transformar 2025
BlockBR

Em 1º de novembro de 2024, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) implementou a Resolução CVM 179, conhecida como "Resolução da Transparência", que estabelece novas diretrizes para a divulgação de remunerações no mercado de investimentos. A medida visa aumentar a clareza e a confiança entre investidores e profissionais do setor, especialmente assessores de investimentos e intermediários financeiros. 

Ela impõe que instituições financeiras e seus intermediários adotem as seguintes práticas: 

  • Página de transparência: Manter em seus sites uma seção dedicada a detalhar qualitativamente as formas de remuneração e potenciais conflitos de interesses relacionados às atividades desempenhadas. 

  • Informação prévia ao investimento: Informar aos clientes, antes da realização de qualquer investimento, sobre as comissões e remunerações envolvidas, incluindo percentuais e valores específicos. 

  • Relatórios trimestrais: Enviar aos investidores, a cada trimestre, o extrato detalhado das remunerações obtidas pela instituição em decorrência dos investimentos realizados pelos clientes. 

Essas medidas têm como objetivo mitigar conflitos de interesses e proporcionar maior transparência nas relações entre investidores e profissionais do mercado financeiro. 

Impacto nos modelos de remuneração: fee-based vs. comissão 

Os modelos de remuneração no mercado de investimentos geralmente se dividem em: 

  • Fee-based: O assessor de investimentos cobra uma taxa fixa anual baseada no valor total dos ativos sob sua gestão. 

  • Comissionado: O profissional recebe comissões variáveis conforme os produtos financeiros vendidos ou recomendados. 

A Resolução CVM 179 afeta ambos os modelos, mas o impacto é mais pronunciado no sistema comissionado, em razão da necessidade de detalhar comissões variadas associadas a diferentes produtos financeiros. Isso exige das instituições uma organização mais rigorosa e sistemas eficientes para cumprir as novas exigências de transparência. 

Transformação do papel do assessor de investimentos 

Com a implementação da Resolução CVM 179, o papel do assessor de investimentos passa por transformações significativas: 

  • Comunicação transparente: Os assessores devem fornecer informações claras e detalhadas sobre suas remunerações e possíveis conflitos de interesses, fortalecendo a confiança dos investidores. 

  • Atualização constante: É essencial que os profissionais se mantenham atualizados sobre as novas regulamentações e tendências do mercado, como a crescente popularidade de ativos digitais e a tokenização. 

  • Atenção aos investidores: Com investidores mais informados, os assessores precisam oferecer recomendações alinhadas aos interesses e perfis de seus clientes, evitando a promoção de produtos que visem apenas comissões mais elevadas. 

Tokenização e a regulamentação do Banco Central para 2025 

Paralelamente às iniciativas da CVM, o Banco Central do Brasil planeja regulamentar, em 2025, a tokenização de ativos e as stablecoins — criptomoedas lastreadas em ativos reais, como moedas fiduciárias. A regulamentação busca: 

  • Estabelecer normas claras: Definir diretrizes para a emissão e uso de stablecoins e tokens, garantindo segurança e transparência nas transações financeiras digitais. 

  • Promover a inovação: Estimular o desenvolvimento de produtos financeiros digitais, ampliando as opções de investimentos e pagamentos no mercado brasileiro. 

  • Integrar tecnologias: Facilitar a integração de tecnologias emergentes, como blockchain, ao sistema financeiro tradicional, aumentando a eficiência e reduzindo custos operacionais. 

Brasil, ativos digitais e regulamentação pelo Banco Central 

O presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, destacou que a regulamentação de ativos virtuais tem o potencial de gerar ganhos significativos de eficiência em serviços de pagamento e crédito, além de promover a expansão do mercado de capitais. 

Para atingir esse objetivo, o regulador lançou duas consultas públicas que visam estabelecer diretrizes claras e seguras para o setor. Essas consultas, complementadas por propostas da Receita Federal, têm como objetivo fortalecer o arcabouço regulatório e promover a transparência e a segurança no mercado de ativos digitais. 

As consultas públicas têm como foco o funcionamento das empresas prestadoras de serviços de ativos digitais e os processos de autorização para operar no mercado. O BC busca garantir um ambiente jurídico seguro, promover a solidez e eficiência dessas empresas e mitigar riscos associados ao mercado de criptoativos. 

Consulta 109: Modalidades de prestadoras de serviços 

A Consulta Pública 109 aborda a estruturação das chamadas Sociedades Prestadoras de Serviços de Ativos Virtuais (VASP), que serão classificadas em três categorias: 

  1. Intermediárias de ativos virtuais: focadas na intermediação e distribuição de ativos digitais. 

  1. Custodiantes de ativos virtuais: responsáveis pela guarda segura dos ativos. 

  1. Corretoras de ativos virtuais: combinação das atividades de intermediação e custódia. 

Essa abordagem busca adaptar o modelo regulatório às particularidades do mercado de ativos digitais, inspirado em regulações de fintechs. O capital mínimo exigido para cada categoria será proporcional à capacidade operacional da empresa, promovendo maior segurança ao investidor. 

Consulta 110: Processos de autorização 

A Consulta Pública 110 regulamenta o processo de autorização das VASP pelo Banco Central, detalhando requisitos documentais e critérios de avaliação. O regulador prevê um tratamento especial para empresas que já operam no setor até que as novas normas entrem em vigor. 

Além disso, o BC planeja apresentar uma regulamentação específica sobre a atuação das VASP no mercado de câmbio, alinhando o processo às normas de mercados financeiros tradicionais, como o de valores mobiliários. 

Receita Federal e a Declaração de Criptoativos 

A Receita Federal também está atualizando suas normas com a consulta pública sobre a Declaração de Criptoativos (DeCripto), que substitui a Instrução Normativa nº 1.888/2019. A proposta visa adaptar a declaração ao dinamismo do setor, incluindo inovações como o fracionamento de NFTs e operações com finanças descentralizadas (DeFi). 

Courtnay Guimarães, CTO da Avanade para o mercado financeiro, classificou a iniciativa como uma “ultra malha fina para o mundo cripto”, reforçando a transparência nas operações realizadas em plataformas descentralizadas (DEX). Apesar das mudanças no detalhamento das informações, a tributação permanece inalterada. 

Assim, as iniciativas da Receita Federal, CVM e Banco Central refletem o movimento conjunto para modernizar e tornar mais transparente o mercado financeiro brasileiro. Para os profissionais do setor, é imperativo adaptar-se a essas mudanças, buscando sempre alinhar suas práticas aos princípios de transparência e ética, visando fortalecer a confiança dos investidores e promover um mercado financeiro mais justo e eficiente.


Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
DEBORAH EVELYN SOSA FECINI
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FONTE: https://blockbr.com.br/
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