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Homens são minoria na busca por tratamentos psicológicos, aponta levantamento da Telavita

Psicólogo dá dicas para superar estigmas em torno do bem-estar masculino

Julia Mascarenhas
07/07/2025 19h31 - Atualizado há 6 horas
Homens são minoria na busca por tratamentos psicológicos, aponta levantamento da Telavita
Divulgação

Cuidar da saúde mental ainda não faz parte da rotina da maioria dos homens brasileiros. De acordo com o Ministério da Saúde, a morte autoprovocada é quatro vezes mais frequente entre os homens. Além disso, dados da Telavita, empresa pioneira em soluções digitais de psicologia e psiquiatria no Brasil, mostram que apenas 35,5% dos pacientes da plataforma se identificam como homens. Entre as principais queixas relatadas por esse público estão: crises de ansiedade, agitação, alterações de humor, sentimento de culpa e dificuldades nos relacionamentos.

Segundo Brunno Zacharias, psicólogo da Telavita, o estigma em torno da masculinidade ainda tem um impacto profundo na forma como os homens lidam com a saúde emocional. “Durante gerações, fomos ensinados que o homem deve aguentar tudo calado, ser forte o tempo todo e não demonstrar emoções. Esse modelo cultural ultrapassado nos distancia do autocuidado e alimenta o sofrimento silencioso”, afirma.

O levantamento da Telavita, realizado com mais de 23 mil pacientes entre maio de 2024 e abril de 2025, aponta que as gerações Millennials e Z concentram a maior parte dos homens em acompanhamento psicológico e também os maiores índices de sofrimento emocional. Entre os dados mais expressivos estão: 55% relataram crises de ansiedade, 41% foram diagnosticados com Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) e mais de 3% apresentaram ideação suicida. Também foram observados casos de uso de substâncias e sintomas de agitação e culpa com frequência acima da média.

Para o especialista, o caminho para mudar esse cenário passa por reconhecer e desconstruir o modelo único e tóxico de masculinidade que ainda persiste. “Precisamos entender que não existe uma forma certa de ser homem. Buscar terapia, pedir ajuda e falar sobre sentimentos é saudável e necessário. O primeiro passo é acolher as próprias emoções sem culpa ou vergonha”, reforça Zacharias.

Entre os principais obstáculos enfrentados pelos homens na hora de buscar ajuda, o psicólogo destaca o estigma social, medo do julgamento, inibição emocional, solidão e falta de informação sobre os recursos disponíveis. “A terapia pode e deve ser personalizada. Muitos homens se sentem mais confortáveis com abordagens práticas e orientadas para resolução de problemas, o que pode ser um excelente ponto de partida para o processo terapêutico”, explica.

Além do trabalho individual, Brunno acredita que é essencial envolver também o ambiente de trabalho e a comunidade no cuidado com a saúde mental dos homens. “As empresas precisam ser agentes de transformação. Ao oferecerem programas contínuos de apoio emocional, criam espaços seguros para que os homens possam se expressar, refletir e se fortalecer. Isso impacta diretamente na qualidade das relações, da produtividade e da sociedade que queremos construir. Em muitas empresas já existem grupos de afinidade para que os homens troquem sobre esses temas”, completa.

“Se eu pudesse dar uma dica, seria: não se isolem. Pedir ajuda não é sinal de fraqueza, é um gesto de coragem e responsabilidade. Reconhecer nossas vulnerabilidades e emoções é essencial para sermos melhores pais, amigos, maridos, profissionais e seres humanos. Cuidar de si é também cuidar do outro”, conclui Zacharias.


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Louise Barbosa Favaro
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