No mês em que se celebra 34 anos do Dia Nacional da Lei de Cotas (24/07), dados da Catho, plataforma gratuita de empregos, mostram um movimento crescente de pessoas com deficiência (PcDs) em busca de oportunidades no mercado de trabalho. Houve um aumento de 79% no número de candidatos que se declararam PcD na plataforma, em empresas de todos os tamanhos, entre janeiro e junho de 2025, em relação ao mesmo período do ano passado, além de um crescimento de 56% no envio de laudos comprobatórios, que passam por um processo de validação por uma equipe especializada da Catho.
A análise dos dados evidencia um cenário dinâmico: por um lado, cresce o interesse e a mobilização das PcDs para inserção no mercado formal; por outro, a inclusão plena ainda é um objetivo a ser alcançado. Uma pesquisa realizada pela Catho em 2024 mostrou que 68% dos profissionais percebem que as contratações de PcDs nas empresas ocorrem, muitas vezes, por cumprimento da legislação. Além disso, 49% dos entrevistados relataram já ter enfrentado algum tipo de discriminação no ambiente profissional devido à sua deficiência.
A combinação entre crescimento na busca por oportunidades e percepção de exclusão reforça a necessidade de ações efetivas por parte das organizações. É o que ressalta Ana Paula Prado, CEO da Redarbor Brasil, grupo dono da Catho: “A legislação apoia, mas o que vai fazer mudar o jogo são as políticas corporativas que garantem acessibilidade, promovam uma cultura organizacional acolhedora e criem oportunidades reais de desenvolvimento para as pessoas com deficiência”.
De acordo com a Pesquisa de Tendências 2025 da Catho, 35,7% dos respondentes (representantes de empresas) disseram que programas de inclusão de diversidade é uma tendência importante para a empresa neste ano, mas 65,7% não possuem programa de diversidade e inclusão estruturado, o que revela um descompasso entre intenção e prática.
Além da falta de estrutura, Prado acredita que outro ponto de atenção é a necessidade de repensar processos seletivos. Barreiras atitudinais, falta de acessibilidade digital e comunicação inadequada continuam sendo entraves para a real participação de pessoas com deficiência nos processos de recrutamento.
“A inclusão precisa ser tratada como uma estratégia de desenvolvimento humano e organizacional. Enquanto não houver comprometimento genuíno por parte das lideranças, o potencial desses profissionais continuará sendo subaproveitado, o que representa uma grande perda para as empresas e também para a sociedade como um todo”, finaliza a CEO.
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GIOVANNA REBELO ALVES
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