A transformação digital no mundo corporativo tem avançado em ritmo acelerado, e a área de Recursos Humanos não ficou de fora. Embora o uso de inteligência artificial e a digitalização e automação de processos já não sejam novidade, muitos profissionais de RH ainda relutam em se ajustar a essa nova realidade. Essa resistência, no entanto, pode custar caro: quem não acompanhar essa evolução vai ficar para trás.
As chamadas HR Techs — empresas de base tecnológica que desenvolvem soluções voltadas à gestão de pessoas — são a face mais visível dessa revolução. Segundo a Academy to Innovate HR (AIHR), essas empresas, geralmente startups ou spin-offs, estão criando ferramentas inovadoras que digitalizam, automatizam e potencializam os processos do RH. E mais do que apenas agilizar tarefas operacionais, essas soluções estão mudando a forma como o RH atua: agora com mais estratégia, previsibilidade e impacto nas decisões organizacionais.
Essas tecnologias desafiam o modelo tradicional e burocrático da gestão de pessoas, oferecendo alternativas mais inteligentes e baseadas em dados. As HR Techs não só otimizam processos — como recrutamento, integração de novos colaboradores e avaliação de desempenho — como também tomam decisões automatizadas, estruturam fluxos de trabalho de forma eficaz e ajudam a prever comportamentos futuros, como engajamento, absenteísmo e rotatividade.
De acordo com levantamento realizado pela plataforma Tracxn em 2025, o ecossistema de HR Techs no Brasil já conta com aproximadamente 556 empresas e a maioria concentra-se em áreas como recrutamento, onboarding e gestão de talentos. Essas empresas utilizam recursos como chatbots para triagens iniciais em processos seletivos, plataformas digitais para integração de novos funcionários, inteligência artificial para análise de perfil comportamental, people analytics para avaliar desempenho em tempo real, e sistemas de aprendizagem (LMS) com trilhas personalizadas e ferramentas de avaliação.
Além disso, essas tecnologias incluem soluções de automação de processos internos, programas de bem-estar e desenvolvimento dos colaboradores e plataformas focadas na experiência do empregado. Com tantas possibilidades, não é exagero afirmar que as HR Techs encantam qualquer profissional de RH, pois permitem que o setor atue com mais precisão, velocidade e influência direta nos resultados estratégicos da empresa.
Esta ascensão das HR Techs revela que estamos diante de um caminho sem volta. O interesse crescente de investidores nesse setor reforça a importância da tecnologia na gestão de pessoas — e exige que profissionais e instituições de ensino se adaptem com urgência a este novo cenário mediado pela tecnologia. O futuro do RH pede uma nova formação: mais analítica, mais digital e, ao mesmo tempo, mais humana.
De acordo com a AIHR, o novo profissional de RH precisa dominar ferramentas tecnológicas, sim, mas também precisa ser um arquiteto de soluções humanas apoiadas por dados. Ou seja, saber unir competências técnicas em análise de dados com habilidades interpessoais para lidar com a complexidade do trabalho humano. Nesse cenário, as HR Techs representam uma fronteira estratégica de carreira, e o profissional que conseguir equilibrar esses dois mundos — tecnologia e humanidade — certamente não será substituído, mas será protagonista da sua carreira neste novo mercado de trabalho.
*Andressa B. Serigato Meneghelli é administradora e mestra em administração e professora no Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos do Centro Universitário Internacional – Uninter.
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JULIA CRISTINA ALVES ESTEVAM
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