Mesmo com os impactos econômicos que a pandemia causou, o delivery de alimentos no Brasil teve um alto índice de crescimento e a expectativa é aumentar ainda mais em 2023.
Uma pesquisa feita recentemente pela consultoria Kantar, da Inglaterra, revelou que o Brasil é um dos países que está se recuperando mais depressa contra os impactos da pandemia.
Segundo a Kantar, o delivery no Brasil saltou de 80% em 2020 para 89% em 2022. E a pesquisa feita pelo Instituto Foodservice Brasil (IFB), mostra que a expectativa é de que o delivery cresça em torno de 7,5% neste ano.
De acordo com a Kantar, no ano passado, 32% dos brasileiros disseram pedir comida uma vez por semana, sendo que em 2020, esse percentual era de 28%. Essa mesma pesquisa classificou esse comportamento como "Heavy Buyer", (os compradores pesados).
Uma análise feita em toda a América Latina constatou que esse tipo de consumidor cresceu 66%. E quando se refere ao Brasil, o número de Heavy Buyers cresceu de 15% em 2020 para 28% em 2022, e 32% dos brasileiros optam pelo delivery de uma a três vezes por mês.
Kantar também aponta que o perfil principal de consumidor que compõem esses dados são jovens de 25 a 34 anos, que moram em grandes cidades, dos quais 75% das compras realizadas são com descontos e uso de programas de fidelidade.
Essa análise da Kantar mostra que 70% dos brasileiros compram por conveniência e 55% dos que têm maior poder aquisitivo decidem experimentar novos pratos. E quando se trata de uma análise mundial, as principais razões de realizarem compras de comida pelo delivery, a Kantar afirma que 25% alegam que escolhem o delivery para não ter que cozinhar em casa; 15% preferem fazer suas refeições na comodidade do lar, ao invés de ter que ir ao restaurante; 12% consideram uma forma de se dar um mimo; 12% porque o/a parceiro/a (ou filho/a) sugeriu; 10% desejam experimentar variedades de pratos e 9% querem comer algo que não sabem preparar.
A pesquisa da consultoria Kantar afirma também que a culinária preferencial ao redor do mundo é a culinária de países ocidentais, como é o caso da pizza e hambúrguer, já que representa o número de pedidos de 47% da população mundial e 65% dos brasileiros. Além disso, 35% preferem comida chinesa, japonesa, tailandesa e coreana.
Diante desta análise comportamental do consumidor brasileiro, que sai em disparada na procura por hambúrgueres, Rodrigo Santos, coordenador da Gráfica GIV Online, que atende estabelecimentos que atuam com o sistema delivery de hambúrgueres e lanches em geral, de maneira personalizada, acredita que hoje as empresas estão cada vez mais variando seu cardápio, para atender diferentes gostos e estilos.
Segundo o Mercado & Consumo, uma das principais tendências para 2023 é o crescimento do "snacking behavior", (os que preferem lanches), que foca em um tipo de público que faz várias pausas para lanches ao longo do dia, ao invés de focar apenas nas refeições principais, como almoço e jantar. O perfil de público é aquele que está trabalhando home office ou híbrido, e um público mais jovem de todas as classes sociais.
E no ponto de vista da consultoria Galunion, o veganismo, a sustentabilidade e alimentação saudável seguem em alta, só que agora, com um tipo de comida que traz conforto e o resgate do prazer de comer, além de preços acessíveis e a manutenção das práticas de higiene.