Com a pandemia, os voos internacionais reduziram suas atividades, tanto quanto a entrada e saída dos países, principalmente com o bloqueio da entrada de estrangeiros nas fronteiras, devido à disseminação do novo coronavírus. As medidas foram direcionadas pela Anvisa - Agência Nacional de Vigilância Sanitária durante todo o período de isolamento, para garantir a segurança nacional.
Enquanto a porção internacional não se recupera totalmente, voltou a crescer no período pós-pandêmico a demanda de viagens já marcadas antes da Covid-19 e outras programadas durante tanto tempo de isolamento. Dados da Anac ressaltam o aumento de 77,8% em outubro de 2022. No entanto, especialistas indicam que o setor aéreo irá acompanhar a economia dos países, bem como o comportamento do dólar, e precisam de mais dados para analisar.
Ainda que o dólar e a economia sejam importantes, Djelly Girelli, CEO da agência de turismo Voarmais.com, ressaltou a mudança de destino dos Estados Unidos para a Europa como diferencial para companhias aéreas, já que as pessoas estão escolhendo locais como Portugal e Espanha com mais frequência, principalmente com intenção de permanecer para crescimento pessoal e profissional.
"O mercado do turismo vem em uma retomada forte pós-pandemia, com uma crescente de mais de 60% nos últimos meses, e todo esse cenário nos ensinou a profissionalizar cada vez mais o segmento saindo do 'amadorismo' que muitas empresas vinham trabalhando e trazendo realmente uma competitividade de uma forma positiva”, disse Djelly. "O maior beneficiado com todas essas mudanças na ponta foi o cliente, tendo preços competitivos e um atendimento mais diferenciado. Acredito que viajar e aproveitar os melhores momentos se tornou uma prioridade para muitas pessoas colocando um senso de urgência em aproveitar mais a vida junto daqueles que são importantes, com isso tivemos um aumento bem expressivo quando falamos de viagens internacionais e pacotes para famílias, e com o avanço das vacinas isso deixou o mercado todo muito otimista. Para ser mais exato, em números, somente para o mês de março de 2023, comparado a 2022, tivemos um aumento de bilhetes já emitidos em mais de 30%”, explicou.
A expectativa é que até 2024 o segmento aéreo normalize suas funções no Brasil, bem como o setor de voos domésticos que também teve sua queda, já que o isolamento foi também fator importante para conter o vírus. O crescimento pode mudar de acordo com cada empresa e como elas se comportam no mercado de serviços aéreos, portanto, é necessário ficar atento às atualizações para acompanhar o fluxo de voos internacionais e domésticos no Brasil.
Das companhias aéreas, a Gol inovou em conectividade, operando mais voos internacionais de Buenos Aires, Miami e Orlando para Brasília, com frequência semanal, e até o fim de 2022 a previsão indicava rotas entre Buenos Aires e Natal. Além disso, a United Airlines também retomou seus voos entre Brasil e Estados Unidos, assim como a Latam e Iberia Líneas Aéreas, que voltou a conectar-se com o Rio de Janeiro.
De olho na configuração global de recuperação pós-pandemia, a tendência é a normalização dos voos internacionais em 2024, com alto crescimento para 2023 e recuperação dos voos domésticos já para este ano.