De acordo com Laura Maria, idealizadora do bloco, a ideia surgiu em 2019, na Virada Cultural de Belo Horizonte. “Queríamos uma folia em que as profissionais do sexo se sentissem livres, representadas e, acima de tudo, respeitadas. Então, assumi a responsabilidade de criar o ‘Xô Preconceito, Meu Nome é Felicidade’, inspirado em um livro escrito pelas profissionais do sexo da Guaicurus. O nosso bloco é aberto para todos e a intenção é levantar a bandeira contra qualquer tipo de preconceito”, relata.
Laura Maria destaca que o bloco tem como proposta acolher pessoas que ainda se encontravam à margem do carnaval belo-horizontino. “Contamos com o apoio e participação de mais de 70 profissionais do sexo, somados a amigos e pessoas que engajam na ideia profissionais do sexo devem se sentir livres, representadas e, acima de tudo, respeitadas. Em sua grande maioria, as meninas da rua Guaicurus, nos famosos hotéis ‘sobe e desce’, são mulheres de periferia, que muitas vezes acabam caindo na profissão por falta de opção. No bloco, elas encontram força para lutar contra o preconceito que sofrem dia a dia por causa da atividade profissional que exercem”, conta.
Marchinha
O bloco ‘Xô Preconceito, Meu Nome é Felicidade’ conta com uma marchinha, com letra criada pela compositora Kelly Cristina do Espírito Santo e melodia pelo maestro Jorge Antunes. A música foi gravada nas vozes de Maria Nunes e Loudival Duarte. Para ouvir a canção, basta clicar neste link: https://youtu.be/6XNO16nSgK0.
O trio elétrico estará posicionado a partir das 17h, na Praça Rui Barbosa, em frente ao Espaço 104. A concentração segue até às 18h, quando será iniciado o cortejo, que vai percorrer a Rua Guaicurus, até a Rua São Paulo, virando sentido Avenida Oiapoque e depois na Rua Rio de Janeiro. O desfile será encerrado na Rua dos Guaicurus e dispersão deve ocorrer às 22h.
Pela causa
O Baianas Ozadas, um dos maiores blocos do Carnaval de Belo Horizonte, abraça a causa da luta contra a discriminação e apadrinha o Xô Preconceito, Meu nome é Felicidade. Os dirigentes da iniciativa que mistura Minas com Bahia, Polly Paixão e Geo Ozado, apadrinham o bloco para levantar a bandeira de que nenhum tipo de preconceito pode ser tolerado.
Para Polly Paixão, que é gestora cultural e responsável pela produção do Baianas Ozadas, o apoio ao bloco que reúne profissionais do sexo é uma forma de conscientizar a sociedade. “Nenhum tipo de discriminação deve ser tolerado e devemos trazer as pessoas que estão à margem para a integração à sociedade. Muito se fala em inclusão no mercado de trabalho, na educação e em outros aspectos, mas precisamos, de fato, promover essa inclusão em todos os âmbitos, por isso, Xô Preconceito”, diz.
Serviço
Bloco Xô Preconceito, Meu nome é Felicidade
Data do cortejo: 18 de fevereiro, sábado de carnaval
Concentração às 17h, na Praça Rui Barbosa, em frente ao Espaço 104