A estudante de Enfermagem mato-grossense Ana Paula Ribeiro, 28 anos, foi presa com 14 tabletes e meio de pasta base de cocaína avaliados em R$ 375 mil, na BR-324, nas imediações de Simões Filho, nesta quarta-feira (18). “A droga desmembrada renderia ao tráfico pouco mais de R$ 1,5 milhão”, declarou o diretor do Departamento de Crimes Contra o Patrimônio (DCCP), delegado Élvio Brandão, durante coletiva à imprensa, na manhã desta quinta-feira (19), no prédio-sede da Polícia Civil, na Piedade.
A droga foi apreendida dentro de um ônibus que seguia de Salvador para o estado do Mato Grosso, o que causou estranheza da polícia baiana, já que a rota foi a inversa.
“Normalmente, a droga chega à Bahia pelo Mato Grosso, estado conhecido como porta de entrada do narcotráfico por fazer divisa com a Bolívia, um dos maiores produtores do entorpecente do mundo”, pontuou Brandão.
No entanto, ele não soube explicar o motivo do itinerário inverso. “Ainda estamos aprofundando as investigações, mas o que temos certeza é que a Bahia não é produtora e nem uma nova rota da droga”, declarou o delegado.
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Ana Paula transportava ainda munição usada para ataques a carros-fortes e bancos (Foto: Bruno Wendel/CORREIO) |
Os tabletes estavam numa mala, onde também foram apreendidas 10 munições de fuzil calibre ponto 50.
“Munição antiaérea, usada também em ataque a carros-fortes e agências bancárias, principalmente no interior do estado, e isso nos preocupa muito”, comentou o delegado Adailton Adan, responsável pelo inquérito que apura o caso.
Interrogatório
Segundo a polícia, Ana Paula desembarcou no Aeroporto Internacional de Salvador na terça-feira (17). Um taxista a aguardava e a transportou até um hotel na região da Rodoviária. No dia seguinte, o mesmo taxista pegou a enfermeira no hotel e a levou para o terminal rodoviário.
“No interrogatório, Ana Paula disse que não conhecia o taxista e que ele lhe entregou a mala e as passagens, que receberia R$ 1 mil para transportar a carga para o Mato Grosso”, contou Adan. Ainda de acordo com o delegado, o taxista está sendo procurado.
A enfermeira é natural de Várzea Grande, cidade mato-grossense, onde também é cabeleireira. Ela tem um filho e nunca tinha sido presa.
"O fato de ela nunca ter sido presa não quer dizer que não tenha nenhum envolvimento com organizações criminosas na Bahia ou em outros estados. Vamos apurar tudo", adiantou Adan. Na apresentação à imprensa, Ana Paula não quis falar com os jornalistas.
Prisão
A estudante foi presa numa operação conjunta entre a Polícia Civil e a Polícia Rodoviária Federal.
“Fazíamos um trabalho em conjunto com a Civil. Na quarta-feira, abordamos 20 ônibus interestaduais e em um deles tivermos sucesso com a prisão de Ana Paula”, declarou o chefe da 1ª Delegacia de Polícia Rodoviária Federal (Simões Filho), o inspetor Alisson Silva Carqueija.