No período de 2000 a 2022, foram diagnosticados, no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), 750.651 casos confirmados de hepatites virais no Brasil. Destes, 169.094 (22,5%) são referentes aos casos de hepatite A, 276.646 (36,9%) aos de hepatite B, 298.738 (39,8%) aos de hepatite C, 4.393 (0,6%) aos de hepatite D e 1.780 (0,2%) aos de hepatite E. “As hepatites virais podem ter origem viral, como os tipos A, B, C, D e E, mas também podem surgir do uso prolongado de medicamentos, do consumo excessivo de álcool, de doenças autoimunes ou metabólicas”, explica Fernando Tarter, Médico Responsável Técnico da Vital Help. “O grande desafio é que, na maioria das vezes, elas não apresentam sintomas claros. Por isso, o diagnóstico precoce é essencial.”
Mitos ainda cercam a prevenção, principalmente no que diz respeito à vacinação contra hepatite B em bebês. “Alguns grupos questionam a necessidade da vacina ao alegar que gestantes já são testadas durante o pré-natal. Outros espalham desinformações sobre a composição da vacina. Mas a verdade é que a vacina é segura, eficaz e necessária”, afirma Fernando. “A transmissão pode acontecer no parto, mas também por contato com sangue ou fluidos corporais no ambiente doméstico. Proteger os bebês nas primeiras horas de vida é um passo fundamental para evitar infecções futuras.”
A atuação da telemedicina tem sido importante nesse processo, sobretudo em regiões de difícil acesso. Através da triagem remota, os profissionais podem identificar, primeiro, os sintomas e, em um segundo momento, identificar um fator de risco e a prescrição de exames.
Em áreas ribeirinhas da Amazônia, por exemplo, a tecnologia já é utilizada para conectar agentes de saúde locais a especialistas de centros urbanos. “Conseguimos iniciar tratamentos mais rapidamente e evitar a progressão da doença”, pontua.
Além da triagem, o acompanhamento remoto também se destaca na adesão ao tratamento. Há um suporte técnico e emocional ao paciente diagnosticado, com acompanhamento da carga viral, da adesão ao protocolo e da evolução clínica. “Em alguns casos, conseguimos reduzir o abandono do tratamento em até 30%.”
Outro aspecto é o atendimento com empatia, considerando o efeito emocional do diagnóstico. “Muitas pessoas ainda enfrentam preconceito ou vergonha após um teste positivo, especialmente no caso da hepatite C. A telemedicina permite acolhimento com privacidade, escuta e orientação clara, o que fortalece o vínculo com o cuidado e evita o afastamento do sistema de saúde.”
O modelo também permite a integração com outros profissionais. A alimentação, por exemplo, é parte importante do tratamento de quem tem hepatite crônica ou cirrose. Com o suporte de nutricionistas via teleconsulta, conseguimos ajustar dietas, controlar sintomas e garantir mais qualidade de vida.
A Vital Help ainda reforça a importância da segurança no uso de dados. “A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) exige protocolos rígidos para o manuseio de informações médicas. Nós seguimos essas diretrizes com seriedade para garantir total sigilo nas interações com nossos usuários”, garante Fernando.
“A orientação, a testagem e o tratamento não podem ser ações pontuais. Precisamos transformar essa mobilização em um cuidado contínuo, acessível e estruturado, principalmente por meio de soluções digitais que cheguem onde o sistema presencial ainda não alcança”, conclui.
O serviço demonstra que é viável cuidar com proximidade, mesmo estando longe. E em um país com tantos desafios logísticos e sociais, essa conexão pode ser a diferença entre a descoberta precoce e as complicações evitáveis.
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JÚLIA SIDON SENNA CARVALHO
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