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04/06/2018 às 11h14min - Atualizada em 04/06/2018 às 11h14min

Sem cronograma ou liderança, caminhoneiros se reúnem em Brasília

Dezesseis veículos estão no Mané Garrincha neste domingo (3), mas 30 mil devem participar de atos indefinidos.

Foto: Jéssica Antunes/Jornal de Brasília


 

Jéssica Antunes
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Sem cronograma de ações ou liderança definidos, caminhoneiros de vários cantos do Brasil se reúnem no estacionamento do Estádio Nacional Mané Garrincha. Na manhã deste domingo (3), dezesseis caminhões estavam no local, mas o grupo de menos de 20 pessoas aguarda que comboios cheguem ao longo do dia, chegando a 30 mil caminhoneiros. Eles prometem novas manifestações por redução no preço dos combustíveis, mas não sabem dizer o que, quando e onde acontecerão atos na capital.

Três caminhoneiros saíram de Jaru, em Rondônia, com destino ao Distrito Federal às 13h de sexta-feira (1). Eles percorreram mais de 2,2 mil quilômetros sem parar. Foram duas noites e um dia até chegarem ao destino. “Viemos porque somos brasileiros e queremos defender a pátria. Nós queremos óleo diesel abaixo de R$ 3 e gasolina a R$ 3,15”, diz Edecarlos Sena, 38 anos. De acordo com ele, as reivindicações se estendem ao etanol e ao Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), o gás de cozinha.

O caminhoneiro esclarece que o ímpeto de chegar à capital partiu de áudios e mensagens disseminadas em grupos nas redes sociais. “Achei que teria mais caminhoneiros. Me decepcionei. Isso é uma briga de todos”, afirma o homem, que conduz caminhões pelas estradas brasileiras há 18 anos. Assim como os demais colegas, Edemar não sabe quem lidera o ato, mas relativiza: “caminhoneiros não têm liderança mesmo”.

Caminhoneiros de Rondônia percorreram mais de 2,2 mil quilômetros. Foto: Jéssica Antunes/Jornal de Brasília

Expectativa de 30 mil

Os motoristas começaram a se reunir na sexta e esperam, ainda neste domingo, que o movimento tome corpo com a chegada de representantes do movimento de outros estados. Por enquanto, a aglomeração é tímida, com placas do DF, Minas Gerais, Goiás e São Paulo. A expectativa é que cerca de 30 mil motoristas se juntem ao ato.

Nas redes sociais, um manifesto é convocado para segunda-feira. As mensagens, sem origem clara, pedem para que a população faça estoque de alimentos e encham os tanques dos veículos. Isso porque uma nova paralisação poderia causar novo desabastecimento.

O governo federal chegou a produzir vídeos para redes sociais em que nega a notícia de que haverá novo movimento de paralisação dos caminhoneiros nos próximos dias. A Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social diz que está acompanhando a movimentação dos caminhoneiros no Estádio Nacional Mané Garrincha.

O 3º Batalhão de Polícia Militar monita o local e os manifestantes. Segundo a corporação, não há nenhum protesto previsto para hoje e o grupo não tem um planejamento específico para os protestos.

Entidades não reconhecem

Um áudio atribuído ao presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), José da Fonseca Lopes, pede que os 700 mil filiados não participem do protesto. Ele temeria que novos atos prejudiquem o acordo firmado com o governo federal. “Peço aos caminhoneiros de bem que não se envolvam em manifestações que coloquem em risco o que conseguimos. O governo cumpriu a parte dele, e o movimento acabou. Nossas reivindicações foram atendidas”, diz a gravação.

Ainda no áudio, a voz que seria do presidente diz que não tem conhecimento de quem organiza o protesto ou quais os reais interesses. O Jornal de Brasília não conseguiu contato com o presidente da entidade. No Distrito Federal, o Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos afirmou que desconhece a liderança dos atos e não incentiva participação de filiados.

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