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09/01/2017 às 19h52min - Atualizada em 09/01/2017 às 19h52min

Municípios nordestinos passam pela pior seca dos últimos cem anos; CNM aponta impactos

Agência CNM

A dificuldade financeira enfrentada pelas prefeituras tem um agravante nos Municípios do Nordeste: a seca. Com volume abaixo da média histórica há cinco anos, a seca no semiárido brasileiro é considerada a maior do século. A região engloba os Estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe e o norte de Minas Gerais.

Na região – que tem cerca de 23 milhões de habitantes –, dos 533 reservatórios monitorados pela Agência Nacional de Águas (ANA), 142 estão secos. Reservatórios que possuem capacidade de armazenamento de mais de 10 bilhões de litros de água estão operando com 16,3% da capacidade. Há cinco anos, esse porcentual era de 46,3%. Além disso, vários rios e açudes também secaram. Um grande número de pessoas, inclusive localizadas em Municípios de grande porte, só têm acesso à água fornecida por caminhões-pipa.

A Confederação Nacional de Municípios (CNM) vem alertando sobre os impactos decorrentes da seca nos Municípios brasileiros, especialmente na região Nordeste. Os dados foram destacados em matéria publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo nesta segunda-feira, 9 de janeiro. A entidade destaca que, em um período de três anos, entre 2012 e 2015, o Nordeste registrou prejuízos de R$ 104 bilhões com a seca, valor que representa 70% do total estimado para o país. A reportagem aponta que, apenas no Estado de Pernambuco, a perda pode chega a R$1,5 bilhão só na pecuária.

A matéria destaca que, segundo a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), não era registrada seca tão severa para um período consecutivo desde o início da coleta dos dados, em 1910. No Estado do Ceará, os reservatórios têm apenas 7% da capacidade armazenada. Nos últimos cinco anos, choveu, em média, 516 milímetros no território, enquanto a média mínima é de 600 milímetros.

Pecuária
A situação tem alterado a pecuária na região. Pequenos produtores têm substituído o gado, menos resistente à seca, por caprinos e ovinos. O rebanho bovino, formado por 2,5 milhões de cabeças em 2011, diminuiu em 554 mil cabeças no ano passado. Já o número de cabras, bodes e cabritos passou de 1,9 milhão para 2,4 milhões em quatro anos. O de ovinos saltou de 1,8 milhão para 2,4 milhões, ressalta a reportagem.

 


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